Novo documentário do amazonense Sérgio Andrade, ‘Itacoatiaras’ será exibido na Suécia e no Festival do Rio
O cineasta amazonense Sérgio Andrade, conhecido por filmes como – A Floresta de Jonathas e Antes o Tempo não Acabava, assina seu primeiro longa documental ao lado da artista carioca Patricia Goùvea. Intitulado Itacoatiaras, o filme terá estreia brasileira em outubro, durante a 27ª edição do Festival do Rio, dentro da mostra O Estado das Coisas | Especial COP 30. O evento acontece de 2 a 12 de outubro de 2025.
Antes da exibição no Brasil, o documentário será apresentado ao público internacional no 11th Panorámica – Stockholm Latin American Film Festival, na Suécia. Em Estocolmo, Itacoatiaras encerra o festival no dia 28 de setembro, seguido de um debate com a diretora Patricia Goùvea, mediado pela artista sueco-brasileira Isabel Löfgren.
Com 73 minutos de duração, a obra estabelece um diálogo entre dois territórios com o mesmo nome: o bairro de Itacoatiara, em Niterói (RJ), e o município de Itacoatiara, no interior do Amazonas. O filme aborda ancestralidades indígenas apagadas pela colonização, a especulação imobiliária e as fragilidades ambientais do Brasil, compondo uma narrativa que conecta passado, presente e futuro.
Produzido pela Rio Tarumã Filmes, de Manaus, em parceria com a Arapuá Filmes, do Rio de Janeiro, o longa teve apoio das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. As filmagens começaram em 2021, ainda durante a pandemia, e registraram eventos climáticos extremos, como secas e cheias históricas no Amazonas. A fotografia reúne nomes do Rio e da Amazônia, entre eles Valentina Ricardo.
Para Sérgio Andrade, natural de Manaus, Itacoatiaras amplia uma trajetória marcada pela presença da Amazônia no cinema contemporâneo brasileiro. Já Patricia Goùvea estreia no longa documental após carreira consolidada em artes visuais. A parceria resulta em uma obra que une olhares distintos sobre memória, natureza e identidade, reforçando a relevância do cinema produzido na região Norte no cenário internacional.
Eu fui contatado pela produtora Patrícia Gouveia e dei minha humilde contribuição ao projeto ITACOATIARAS, que focaliza um olhar atento e comparativo sobre o bairro de Niterói do Rio de Janeiro, que tem origem indígena, com a cidade de Itacoatiara no Amazonas, que também tem origem nativa e de onde sou natural. Portanto tem essa pegada focalizando os povos originários. E nesse contexto, forneci a equipe dados e fiquei monitorando o regime das águas do Rio Amazonas, recebendo informação do Alexandre Rocha e do Jerry Nelson, que fazem a monitoria do nível do Rio Amazonas em Itacoatiara. Visto que a equipe precisava fazer filmagens das pedras históricas do Jauarí e do Rio Urubu, que só aparecem nas grandes secas do referidos rios. Foi quando articulei o contato com os moradores da região do Rio Urubu para dar suporte a equipe de produção. E levei também a equipe de filmagem, em alguns locais icônicos para a produção do filme e um deles, foi o sítio arqueológico do Jauari, que dá a origem do nome da cidade de Itacoatiara no Amazonas. E relembrei o tempo da produção cinematográfica francesa Le Jaguar que, agitou levou o nome de Itacoatiara para o mundo ver em 1996.Por Caio Pimenta e Frank Chaves
Nenhum comentário:
Postar um comentário