sexta-feira, 25 de julho de 2025

O Abacaxi de Itacoatiara-AM, é o mais doce do mundo!


O Abacaxi de Itacoatiara no Amazonas, produzido em grande escala na região de Novo Remanso e Engenho, comunidades rurais produtoras de abacaxi do município de Itacoatiara, cujo fruto é reconhecido por seu sabor doce e baixa acidez, sendo considerado um dos mais saborosos do Brasil. A variedade mais cultivada é a turiaçu. A região de Novo Remanso se destaca na produção, sendo responsável por 73% do abacaxi cultivado no estado. O fruto possui um Selo de Indicação Geográfica (IG), que garante sua qualidade e diferencia-o no mercado.

Características:
Sabor: Doce e com baixa acidez, tornando-o único.
Variedade: A principal é a turiaçu.
Produção: Novo Remanso, em Itacoatiara, é o principal polo produtor.
Qualidade: Possui um selo de Indicação Geográfica, atestando sua qualidade e procedência.
Comercialização: Classificação por tamanho e peso (Ferrão, Médio, Melhorado, Bom, Chibiu).


fonte:

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Dia 10 de Julho, o Amazonas decreta sua Lei Aurea, libertando os escravizados, 4 anos antes da princesa Izabel!

 







Você sabia que o Amazonas decretou a liberdade dos escravizados no dia 10 de julho de 1884, 4 anos antes da Princesa Izabel? Por isso a rua que passa na frente da igreja de São Sebastião, que passa ao lado do Teatro Amazonas, tem o nome de rua 10 de julho. Essa plaqueta, está fixa em um enorme e belo quadro, que se encontra acima das escadarias de ferro da biblioteca publica do Amazonas, que fica no centro de Manaus. O movimento abolicionista do Amazonas foi crucial para esse desfecho e foi influenciado pela Maçonaria! Recomendo a visitação a biblioteca, ler um bom livro e se deleitar dessa magnífica obra de arte! Vale apena conferir!


Vereador Arialdo Guimarães, parabeniza a gestão Mario Abrahim pela realização da Conferência Municipal de Saúde e Assistência Social, que mobilizou os profissionais da área e o publico em geral, democratizando as politicas públicas do município.


O vereador Arialdo Guimarães parabeniza o prefeito Mario Abrahim e a Secretária de Saúde Franciele Lima, pela realização da 8ª Conferência Municipal de Saúde (8 a 9/7) que ocorreu no plenário da Câmara Municipal de Itacoatiara, com notável participação dos profissionais de saúde e público usuário do SUS. 


Na oportunidade, o vereador também parabeniza a Secretária de Assistência Social Silvia Vieira, pela condução da 15ª Conferência Municipal de Assistência Social (9 a 10/07), que ocorreu no Centro Cultural Velha Serpa, cujo evento, foi muito bem prestigiado pelo público, inclusive por considerável número de vereadores. Eventos como esses, criam importantes momentos de diálogo, escuta e construção de políticas públicas para o município de Itacoatiara, enfatizou o vereador Arialdo.

terça-feira, 8 de julho de 2025

O Mapa de Piri Reis: Um dos documentos cartográficos mais enigmáticos da história

 

Fragmento de mapa de 1513 assinado por Piri Reis revela detalhes inéditos sobre a
cartografia otomana e alimenta teorias sobre civilizações antigas

Em 1929, durante a transformação do Palácio de Topkapi — em Istambul, na Turquia — em museu, um grupo de estudiosos encontrou um fragmento de mapa que logo atrairia a atenção de historiadores do mundo todo. 

Desenhado sobre pergaminho de pele de gazela, o documento foi identificado como uma carta náutica datada de 1513 e assinada por Piri ibn Hajji Mohammed Reis — mais conhecido como Piri Reis, navegador e cartógrafo da Marinha do Império Otomano.

O que diferencia o item de outros da mesma época é a riqueza de detalhes e a origem das fontes utilizadas. O próprio autor afirma, em notas escritas no pergaminho, que o compilou a partir de diversos materiais anteriores, incluindo 20 cartas e mappae mundi, oito mapas de origem ptolemaica e quatro mapas portugueses.

Também foram usados um mapa árabe da Índia e um suposto desenho feito por Cristóvão Colombo, navegador e explorador genovês do século 15. É essa última referência que gerou maior repercussão: o mapa de Colombo, perdido há séculos, pode ter sobrevivido parcialmente através da obra de Piri Reis.


O que mostra o mapa?

Segundo o livro “O Mapa de Piri Reis de 1513”, de Gregory C. McIntosh, o fragmento preservado mostra a costa atlântica de partes da Europa, África e América do Sul, com representações detalhadas do litoral brasileiro. A distância entre o continente africano e o sul-americano aparece com notável precisão.

No entanto, a região do Caribe é retratada de maneira confusa, com uma enorme ilha identificada como "Hispaniola" orientada no sentido norte-sul e características fundidas de Cuba e da América Central. 

Essa configuração condiz com a interpretação equivocada de Colombo de que Cuba fazia parte do continente asiático. Segundo o livro, em 1494, o navegador chegou a obrigar seus homens a jurarem que Cuba era a Ásia, sob pena de multa e mutilação, consolidando a confusão cartográfica reproduzida anos depois por Piri Reis.

mapa
Mapa de Piri Reis / Crédito: Wikimedia Commons via Domínio Público

Outro ponto polêmico do mapa é a presença de um extenso continente no sul do Atlântico, que alguns estudiosos e entusiastas identificaram, de forma controversa, como uma representação precoce da Antártida




Essa hipótese ganhou força com as teorias do historiador Charles Hapgood, que em 1966 sugeriu que o mapa teria sido baseado em documentos de uma "civilização avançada desconhecida", capaz de mapear a costa antártica quando ela ainda não estava coberta por gelo.

A proposta, no entanto, não encontra respaldo na evidência científica. Estudos posteriores demonstraram que a Antártida não esteve livre de gelo nos últimos dez milhões de anos, e que as supostas semelhanças entre o mapa e a costa do continente gelado são fruto de interpretações forçadas e ajustes arbitrários de coordenadas.

Mais plausível é a identificação do "continente austral" como Terra Australis Incognita, uma massa de terra hipotética que aparecia com frequência em mapas do Renascimento como um contrapeso geográfico ao hemisfério norte.

A crença em sua existência persistiu até o século 18, quando as viagens do capitãoJames Cook provaram que, se houvesse um continente meridional, ele seria muito menor do que o imaginado.


Documento singular

O mapa evidencia que o Império Otomano tinha acesso a informações geográficas atualizadas, de fontes religiosas diferentes, e era capaz de produzir cartas náuticas sofisticadas. Ao fundir a tradição islâmica de miniaturas ilustradas com a técnica europeia dos portolanos, Piri Reis criou um documento singular.

Ele rompeu com a visão medieval do "Oceano Encirculante" — uma ideia que imaginava um grande oceano contínuo cercando todo o mundo conhecido e funcionando como uma barreira intransponível que isolava as terras habitadas —, representando o Novo Mundo como parte integrante de um planeta navegável, indicando que era possível explorar e atravessar esses mares.

Em termos técnicos, o mapa segue o padrão dos portolanos: cartas náuticas com linhas de rumo irradiando de rosas-dos-ventos, usadas para navegação por estima. Apesar de não empregar coordenadas de latitude e longitude, o documento apresenta uma costa atlântica relativamente precisa e insere comentários em turco otomano sobre povos, animais e regiões.

Atualmente, apenas um terço do mapa original sobrevive e está preservado no Palácio de Topkapi. O restante se perdeu. Segundo McIntosh, o fragmento mede cerca de 87 por 63 centímetros e inclui ilustrações de criaturas míticas, como homens sem cabeça (os Blemmyes), homens com rosto de cão, unicórnios e outros animais fantásticos, que Piri Reis descreveu como "seres inofensivos".

A descoberta do fragmento em 1929 foi recebida com entusiasmo. O ex-presidente Mustafa Kemal Atatürk, interessado em recuperar e divulgar o passado científico otomano, incentivou estudos e publicações sobre o mapa. Desde então, ele permanece objeto de análise, controvérsia e fascínio.

Seu conteúdo, embora impreciso em alguns pontos, revela uma tentativa ousada de compreender e representar um planeta em expansão. O documento segue, até hoje, como um dos mapas mais enigmáticos da história da cartografia.



fonte:

https://aventurasnahistoria.com.br/

domingo, 6 de julho de 2025

ATESTADO DE VIRGINDADE

 

Atestado de virgindade que existe no Arquivo Distrital de Viseu cuja data não foi possível precisar, mas parece ser do início do século passado.

É um certificado passado por uma parteira da época, chamada Bárbara Emília, natural de Coira, Viseu
A pedido de uma jovem que pretendia libertar-se da difamação e provar a sua virgindade, para contrair casamento.

Eu, Bárbara Emília, parteira que soy de Coyra, atestu e curtifico que Maria dos Prazeres Jacynto Leite Capello Rêgu tem as partes fodengas talinqual comu veyo ao mundo inseto uma noida negra no alto da crica que não sendo de nacenssa é proveniente de marradas de pisa.

Por ser verdade pasei o prezente atestado de virgindade.



fonte:


sábado, 5 de julho de 2025

O Garfo Nem Sempre Foi Comum: A História de um Utensílio Polêmico

 

Hoje considerado essencial à mesa, o garfo nem sempre foi bem-vindo. Durante séculos, comer com as mãos ou com facas e colheres era o padrão em muitas culturas. O garfo, tal como conhecemos, só começou a ganhar espaço na Europa a partir do século XI, quando princesas bizantinas o introduziram em banquetes venezianos. Porém, ele foi recebido com escárnio e até repulsa.

Na Idade Média, muitos o viam como um objeto vaidoso ou até herético. Sua semelhança com instrumentos “do diabo” e sua função de evitar o contato direto com o alimento geravam desconfiança entre os religiosos. Era como se o garfo estivesse desafiando a simplicidade e humildade cristã.

Somente no século XVII, na França e na Inglaterra, o garfo começou a ser aceito pela nobreza e, gradualmente, pela sociedade em geral. O rei Luís XIV, por exemplo, foi um entusiasta do uso refinado de talheres à mesa.

Curiosamente, o garfo só se tornou comum nos Estados Unidos no início do século XIX!
Hoje, o garfo é símbolo de etiqueta, mas sua jornada foi marcada por resistência, julgamentos e uma lenta aceitação cultural.


Curiosidades Desvendadas 

O CANGACEIRO DO BANDO DE LAMPIÃO (SOBREVIVENTE DA MATANÇA QUE O GRUPO SOFREU)QUE VEIO PARA A AMAZÔNIA TRABALHAR COMO SOLDADO DA BORRACHA

O seu nome era Manoel Dantas Loiola, mas ficou conhecido na história como "CANDEEIRO", apelido esse que adquiriu na época que pertenceu ao bando do famigerado e famoso cangaceiro Virgulino Ferreira, o "LAMPIÃO", e um dos sobreviventes do ataque que pôs fim à saga violenta do rei do cangaço.

Manoel Dantas nasceu na fazenda Lagoa do Curral, no município de Buíque, em Pernambuco, no dia 6 de outubro de 1914.Seu pai era José Bezerra dos Santos e sua mãe chamava-se Eliza Dantas Badega. E ali ele cresceu como um sertanejo que cuidava da criação de animais, do gado e da roça.
Ja adulto, Manoel trabalhava em Alagoas, numa fazenda cujo dono dava asilo aos cangaceiros. Num determinado dia, chegou ali um grupo de cangaceiros de Lampião, chefiados por Virgínio (que ficou conhecido como um dos subordinados mais cruéis do rei do cangaço).
Mas uma volante policial soube que o referido grupo estava ali na fazenda e resolveu cercar a propriedade.Percebendo a presença dos policiais,os cangaceiros bateram em retirada se internado na caatinga.Manoel Dantas,então um jovem de 22 anos,resolveu também segui-los pois tinha certeza que se os policiais o pegassem,não iriam acreditar que era um vaqueiro e iriam matá-lo achando que seria um cangaceiro ou coiteiro deles.
Sendo assim,e sem alternativa naquele momento, o jovem vaqueiro foi inserido no bando de Lampião em 1936 como o mais novo membro e,como tradição entre os cangaceiros,Virgínio resolveu batiza-lo com um novo nome,passando ele a se chamar dali em diante como "CANDEEIRO".
Logo depois Candeeiro conheceria seu chefe na margem do rio São Francisco, no lado de Sergipe. Perguntado pelo rei do cangaço de onde ele era, Candeeiro afirmou que nascera em Buíque. Lampião então lembrou que Buíque tinha lhe dado um excelente cangaceiro chamado "jararaca"(morto após o ataque de Mossoró).
Assim Candeeiro passou a andar vestido com a indumentária do cangaço, com o fuzil no ombro e enveredar pelas caatingas junto com seus novos companheiros. E no primeiro combate que participou entre cangaceiros e uma volante, acabou sendo ferido por um tiro na coxa, mas nos dias seguintes a ferida foi cicatrizada após se aplicar no local do ferimento farinha peneirada com pimenta.
Candeeiro se tornou homem de confiança de Lampião, era ele que levava as cartas e bilhetes escritas pelo rei do cangaço quando exigia dinheiro de fazendeiros e comerciantes, e sempre voltava com a quantia exigida nas mãos.

O ATAQUE DA VOLANTE DE JOÃO BEZERRA E O FIM DE LAMPIÃO: CANDEEEIRO ESCAPA MAS É FERIDO
Mas o encalço da polícia ao grupo estava cada vez maior. Em 1938 se soube, através de uma delação, que Lampião e seus seguidores estavam acampados num local próximo à uma fazenda, precisamente na grota de Angicos, em Sergipe. Estando os militares com tão preciosa informação uma volante fortemente armada e comandada pelo capitão João Bezerra, saiu do povoado de Angicos rumo ao local onde estavam com uma só missão: dar fim no bando do rei do cangaço.
Após longa caminhada os policiais chegaram ao lugar indicado onde os cangaceiros estavam, logo os localizando e, sem serem notados, completaram o cerco pela noite. Amanhecendo o dia 28 de julho de 1938,logo ao raiar do sol quando vários dos cangaceiros estavam dormindo, os policiais começaram a atirar pegando os cangaceiros de surpresa e desprevenidos, Lampião foi um dos primeiros a ser atingido e morrer, assim como depois a sua companheira Maria Bonita. Candeeiro, por sorte, havia acordado cedo e tinha ido buscar água no riacho próximo e se preparava para urinar quando ouviu os primeiros tiros. Rapidamente ele desceu correndo, pegou seu fuzil e começou a revidar atirando rumo aos atacantes.

Mas os policiais eram muitos, além de estarem com metralhadoras, e a maior parte dos cangaceiros tinha morrido ou fugido.
Candeeiro resolve também fugir, mas na fuga acabou recebendo um tiro em seu braço direito que ficou dilacerado. Mesmo ferido continuou correndo.
Após o fim do ataque 11 cangaceiros haviam sido mortos, sendo que o objetivo maior tinha sido conquistado, que foi a morte de Lampião. Os policiais então cortaram as cabeças deles e levaram como troféu para a cidade alagoana de Piranhas onde foram exibidas ao povo, logo a notícia se espalhando por todo o Brasil e ficando o oficial Bezerra conhecido em todo país.

CANGACEIROS SE ENTREGAM ÀS AUTORIDADES : CANDEEIRO É OPERADO, PRESO E SOLTO
Quanto à Candeeiro,ferido,ficou 3 meses escondido na caatinga junto com os demais cangaceiros sobreviventes.Mas com medo de serem descobertos e mortos,com a promessa do governo de que se por acaso se entregassem não seriam maltratados,e enfraquecidos e desorientados por não ter mais seu líder,Candeeiro e os outros 13 cangaceiros se apresentam à polícia e entregam suas armas na cidade de Jeremoabo,na Bahia,em 21 de outubro de1938.Era o início do fim do cangaço que acabaria de vez dois anos depois com a morte de Corisco.
Devido a seu ferimento, Candeeiro foi mandado para a capital Salvador onde precisou fazer duas cirurgias para reconstruir seu braço.

Após a operação ele voltou e ficou dois anos preso numa penitenciária até receber o perdão final e ser solto. Estando em liberdade, ficou num orfanato em Alagoas e depois decidiu voltar para sua terra natal, em Pernambuco, em busca de ocupação. Mas chegando lá não conseguiu emprego, e decidiu voltar para Salvador.

Fez então o trajeto a pé e pegando carona pois estava com pouco dinheiro. Num certo dia chegou na cidade de Petrolândia, em Pernambuco, onde resolveu almoçar num quiosque. O dono do estabelecimento perguntou de Candeeiro para onde estava indo e ele respondeu que seu destino era Salvador. Foi aí que o homem, que estava lhe servindo, disse: -"Você não quer ir para o Amazonas? Tem um caminhão vindo de Fortaleza que sempre vem aqui pegar o pessoal interessado em ir para lá". Com a Segunda Guerra Mundial acontecendo, Candeeiro então soube que o governo estava recrutando e selecionando várias pessoas para trabalharem nos seringais da Amazônia e que havia promessas de comida, alojamento, transporte e um bom salário.

Mas na verdade a realidade foi outra bem diferente quando ali chegaram os trabalhadores nordestinos,inclusive com muitos perdendo a vida.
Com o início da Segunda Guerra Mundial o Japão (aliado da Alemanha)se apossou das colônias inglesas do Sudeste da Ásia que era a região de maior produção de borracha no mundo.Já com toda a cadeia produtiva de borracha nas mãos dos japoneses,os países aliados como Estados Unidos e Inglaterra voltaram seus olhos para a região amazônica,para suprir a produção de borracha cuja matéria-prima era essencial para o esforço de guerra contra os países do eixo.Sendo assim o governo brasileiro,tendo à frente o presidente Getúlio Vargas,assinou acordo com os Estados Unidos em 1942 para resolver essa questão e impulsionar a produção e exportação do produto em larga escala.O governo federal criou um órgão para organizar e selecionar pessoas para ir à Amazônia trabalhar na extração do látex e,mais uma vez,os nordestinos foram a maioria dos quê se aventuraram,ficando aqueles trabalhadores conhecido como "soldados da borracha"(e que depois seriam esquecidos pelo governo).Tinha assim origem o segundo ciclo da borracha no Norte do Brasil que durou de 1943 a 1945.
Sem ter nada a perder, o ex-cangaceiro mudou de opinião e rumo e decidiu que iria ficar ali aguardando o caminhão para ir à Fortaleza com a finalidade de fazer a seleção e depois embarcar para o serviço no Amazonas.

CANDEEIRO É SELECIONADO E SE TORNA SOLDADO DA BORRACHA
Não demorou e o caminhão ali passou recolhendo aqueles que estivessem interessados em se aventurar por terras amazônicas. Candeeiro embarcou e viu que já haviam outros 4 homens para o mesmo destino e no caminho pegaram outros num total de 9 pessoas.
O caminhão, ao entrar no Ceará, parou em Juazeiro do Norte onde eles almoçaram e depois ficaram uns dias em Iguatu.

Enfim, quando chegaram em Fortaleza foram fazer os exames pelos agentes do governo para a seleção final dos que estivessem aptos para ir à Amazônia.

Chegou a vez de Candeeiro sendo que o médico disse para ele tirar a roupa. Quando o médico viu a cicatriz no braço dele perguntou: -"O que foi isso?". Mas Candeeiro, com medo de não ser selecionado caso dissesse o verdadeiro motivo, assim afirmou:-"foi uma queda". Mas o médico, experiente, não acreditou e completou:-"como foi essa queda? fale a verdade". E então o ex-cangaceiro resolveu abrir o jogo e falar a verdade:-"foi na época que pertencia ao bando de Lampião, fui baleado em Angicos".O médico então disse onde ele tinha sido operado e quem foi o médico responsável por sua cirurgia. Após Candeeiro dizer o nome do local da operação e o responsável pela cirurgia, o médico finalizou:-"eu sou baiano e o médico que fez sua operação é meu conhecido e como você falou a verdade vou lhe aprovar,mas fique sabendo que eu iria lhe descartar".

Sendo assim o ex-cangaceiro foi selecionado, em 1943,para sua nova jornada nas paragens amazônicas se tornando um "soldado da borracha". Recebeu roupa, calçado, assinou um contrato e embarcou, junto com demais nordestinos, num navio com destino ao Acre.
A CHEGADA AO ACRE E O TRABALHO NO CORTE DA SERINGA : SOFRIMENTO E DOENÇAS
Após dias de viagem,passando pelo Pará e Amazonas,ele desembarcava no Território do Acre começando a trabalhar num seringal do rio Purus que pertencia ao seringalista Afrísio Fernando (que tinha familiares em Mossoró)e que ficava acima da cidade de Sena Madureira.Trabalhou ali por 2 anos e gastava seu dinheiro quando ia à cidade jogando bilhar,em festas ou comprando mantimentos,porém o dinheiro era pouco.

Foi então trabalhar em outro seringal localizado em Santa Rosa, próximo à fronteira com o Peru. Ficou no local por um ano pois adoeceu de malária e quase morreu.Candeeiro afirmava que se curou da doença devido uma promessa que fez a São Francisco de Canindé e de um remédio que seu patrão comprou de um regatão em seu batelão.Ele também dizia que o perigo maior de se trabalhar de seringueiro na mata não era tanto os animais selvagens,como onças e cobras,e sim as doenças tropicais que muitas vezes era fatal para quem as contraísse.

Enquanto esteve ali nos seringais ninguém sabia que ele tinha pertencido ao mais famoso grupo bandoleiro que tinha existido no Brasil naquela época, além de Candeeiro nunca ter falado para ninguém. Mas numa certa ocasião, seus companheiros seringueiros perceberam que ele era bom de pontaria e certeiro durante as caçadas, o que fez eles perguntarem como havia aprendido a atirar tão bem. Foi aí que ele, pela primeira vez, falou à todos que tinha sido cabra de Lampião. Os colegas, incrédulos, responderam o seguinte:-"É mesmo? Foi nada, os cabras de Lampião todos morreram no ataque".E assim ninguém acreditou no ex-cangaceiro, aliás dificilmente alguém ali acreditaria por mais que ele insistisse em repetir a história.

Após passar 4 anos trabalhando nos seringais do Purus, Candeeiro resolveu ir para Xapuri onde ficou estabelecido em outro seringal. Nesse local de 15 em 15 dias parava um navio para embarcar a produção de borracha. Mas uma vez quando Candeeiro estava na estrada de seringa, ele teve alguns utensílios seus roubados de sua barraca por um dos tripulantes do navio, o que talvez o tenha incentivado a sair dali. Ficou menos de um ano em Xapuri.

Foi quando ele resolveu ir para Rio Branco, a capital do Acre. Candeeiro saiu então de Xapuri com um jamaxin na costa onde trazia suas roupas e rede. Foi a pé pela mata, atravessando pontes de madeira e igarapés onde a água lhe cobria até o meio da barriga. Após mais essa jornada, Candeeiro chegou em Rio Branco onde conheceu um outro soldado da borracha que era do Maranhão. Os dois se tornaram amigos e viram uma notícia de um jornal local que informava que chegaria um navio, em fevereiro, com destino à Belém do Pará.

A VOLTA PARA O NORDESTE
Candeeiro então decidiu que chegava a hora de voltar para sua região de origem. Ele e seu colega maranhense embarcaram no navio numa viagem de vários dias pelos rios Purus e Amazonas chegando, enfim, na capital paraense, onde ficaram hospedados num hotel chamado São José.
O colega seguiu rumo ao Maranhão e convidou Candeeiro para ir com ele, mas ele agradeceu o convite e disse que seguiria outro caminho, com destino ao Ceará.

De Belém Candeeiro pegou um trem até Teresina e de lá embarcou num ônibus para Fortaleza. E de Fortaleza ele foi para a cidade de Crato onde ficou por oito dias devido a falta de ônibus.
Contudo pegou um ônibus e decidiu ir para São Paulo onde residiu por 3 anos.
Depois ele resolveu voltar para sua terra natal, viajando de volta para Pernambuco. Mas com o tempo ele ficou estabelecido na Vila de São Domingos, distrito de Buíque, onde se aposentou e ali montou uma mercearia.

Manoel Dantas Loiola faleceu na cidade de Arcoverde, no dia 24 de julho de 2013,aos 98 anos, de derrame. Era o último membro do grupo de Lampião ainda vivo.

CONCLUSÃO
Ex-cangaceiro e ex-soldado da borracha, Candeeiro na época viajou por várias partes do Brasil,e sempre era procurado por pesquisadores da história do cangaço para dar informações importantes daquele período violento dos sertões nordestino.
Indagado por muitos o que foi para ele a época em que esteve no cangaço, ele dizia:-"foi uma história de sofrimento ".

O texto não tem a finalidade de exaltar ou condenar o personagem retratado em questão durante seu período no cangaço(cada qual tire sua própria conclusão),mas de mostrar sua trajetória em dois fatos históricos do Brasil, precisamente do Norte e Nordeste do país, em que ele participou.
Na imagem menor a esquerda, está Candeeiro já idoso, na casa dos 90 anos. Já na imagem à direita se tem um soldado da borracha em ação na floresta amazônica. E na foto maior, de baixo, se tem o grupo de cangaceiros que se entregou para a polícia em 1938,na Bahia. Candeeiro é o que está sentado, terceiro da esquerda para a direita, com seu chapéu com uma cruz pregada e do lado de um frei capuchinho.

FONTE: Gaspar Vieira Neto / Depoimento dado por Manoel Dantas Loiola (o "Candeeiro")ao pesquisador Aderbal Nogueira.

Consulta de opinão