quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Electricista que tinha 271 obras de Picasso regressa a tribunal



Condenado a dois anos de prisão com pena suspensa, Pierre Le Guennec diz agora que as peças foram doação da viúva do pintor.

Pierre Le Guennec, o electricista reformado que em Fevereiro de 2015 foi condenado em primeira instância como receptador de 271 obras de Pablo Picasso, apresentou esta segunda-feira no tribunal de recurso, em Aix-en-Provence, uma nova explicação para a posse destes trabalhos, alegando que já depois da morte do pintor, em 1973, a sua viúva, Jacqueline, teria recorrido a ele e à sua mulher, Danielle, para ocultarem parte do espólio de Picasso que ficara nas suas mãos.

Ao contrário do seu testemunho inicial, no qual situara ainda em vida do pintor a alegada doação das 271 obras – 180 peças isoladas e um caderno com 91 desenhos –, Le Guennec contou agora em tribunal que, após a morte de Picasso, a viúva, Jacqueline, lhe pedira que guardasse entre 15 e 17 sacos do lixo com obras do pintor, e que foi só mais tarde, quando veio recuperá-los, que ofereceu um desses sacos ao casal Guennec, em sinal de apreço pela sua dedicação. Um sinal hoje estimado em 60 milhões de euros.

“Jacqueline Picasso tinha problemas com [o seu enteado] Claude” – o fotógrafo e realizador Claude Ruiz-Picasso, primeiro filho do casamento do pintor com Françoise Gilot –, explicou Le Guennec, hoje com 77 anos, sugerindo que a segunda mulher e musa do artista possa ter querido ocultar as obras dos restantes herdeiros ou evitar a sua inventariação para efeitos fiscais pelo Estado.

Le Guennec, que trabalhou para Picasso no início dos anos 70, montando alarmes anti-roubo nas várias propriedades que este possuía em França, assume agora não ter contado a verdade no primeiro julgamento, justificando-o com o receio de vir a ser acusado de cumplicidade com Jacqueline no que podia ser encarado como um roubo das obras.

A confiar em qualquer uma das suas versões, o casal Le Guennec teria conservado as obras durante cerca de 40 anos na garagem de sua casa, na Côte d’Azur, sem lhes ligar grande importância. “Eram desenhos, esboços, papéis engelhados”, descreveu o electricista reformado no seu depoimento incial. Teria sido só em 2009 que Le Guennec redescobriu este tesouro que alegadamente deixara esquecido num recanto da garagem, e que cobre um extenso período da produção de Picasso, entre 1900 e 1932, incluindo litografias, retratos, aguarelas e nove colagens cubistas que, só elas, estão avaliadas em 40 milhões de euros.

Intriga em família
Foi o próprio Le Guennec que revelou ao mundo a existência destas obras, que não eram conhecidas dos especialistas nem estão assinadas, quando as levou, ainda em 2009, aos administradores do espólio de Picasso, na expectativa de que estes as pudessem autenticar. As obras foram rapidamente reconhecidas como genuínas, e Claude Ruiz-Picasso, a sua irmã Paloma, a sua meia-irmã Maya Picasso (filha de Marie-Thérèse Walter), Catherine Hutin-Blay (filha de Jacqueline e enteada do pintor) e dois netos de Picasso apresentaram imediatamente uma queixa conjunta contra o casal.

Admitindo que Le Guennec roubara as obras ou as recebera sabendo que tinham sido roubadas, pedir ajuda aos herdeiros parece um passo bastante imprudente, mas a verdade é que havia um precedente. Um motorista de Pablo Picasso que se tornaria seu amigo, Maurice Bresnu, também possuía mais de 200 obras alegadamente oferecidas pelo artista, e quando as decidiu vender – curiosamente, só após a morte de Jacqueline Picasso, em 1986 –, foi Maya Picasso quem as autenticou.

Bresnu deixara o ofício de taxista, em Cannes, para entrar ao serviço de Picasso em 1967, tendo-se tornado um homem de confiança do pintor, a quem acompanhava para todo o lado, “como uma sombra”, segundo o testemunho do fotógrafo Lucien Clergue. O motorista e a mulher, Jacqueline, fizeram fortuna com as obras de Picasso, mas Bresnu, a quem o pintor chamava Nounours (urso de peluche), não teve muito tempo para a gozar, porque morreu em 1991. Já a sua viúva Jacqueline viveu até 2008, e após a sua morte apareceram mais umas dezenas de peças de Picasso que estavam na sua posse e não tinham sido vendidas.

Uma sobrinha de Bresnu, Dominique, e o seu marido, Bernard Lambert, um antigo vendedor parisiense de frutas e legumes, declararam em 2011 às autoridades francesas que ouviram várias vezes Jacqueline Breslu assumir que as obras eram roubadas. E acrescentaram uma informação que não ajuda muito a defesa de Pierre Le Guennec: quem conseguiu que Picasso o contratasse foi justamente Maurice Bresnu, cuja mulher Jacqueline era prima direita do electricista. Ora, Guennec afirmara no seu depoimento inicial que conseguira o trabalho respondendo a um anúncio, e até o confrontarem com o facto, nunca assumira qualquer relação de parentesco com os Bresnu.



fonte: 

https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/electricista-de-picasso-diz-agora-que-as-271-obras-foram-doacao-da-viuva-do-pintor-1749629

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

"DÍA DE LOS MUERTOS" "Dia dos Mortos"...

"Dia dos Mortos"

Se pra gente o dia de finados acontece de maneira chuvosa, fria e triste, os mexicanos preferiram fazer diferente! 
Muito colorido, cheio de alegria e até um pouco irônica, a festa de finados é tratada como um dia especial, para homenagear nossos antepassados e nos manter mais próximos deles, de maneira amigável e saudosista!
Conheça um pouco mais sobre essa festa incrível e todas as suas tradições e significados!
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Decoração

A decoração é feita com muito boas energias e é representada com humor. 
As pessoas utilizam de açúcar, lata, madeira, papel, argila e ossos para confeccionar coisas como esqueletos e representar a morte.
Utilizando sempre muitas cores e muitos enfeites! 
Alguns são fabricados especialmente para a data, outros são vendidos durante o ano todo.
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Ritual

Em algumas regiões, há um ritual em que as famílias retiram os mortos de suas sepulturas (quando há somente os ossos) e fazem a limpeza.
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400 pétalas

Durante a preparação que antecede a data, as pessoas costumam fazer a colheita de uma flor chamada Cempasuchil. Esta flor, com tom de laranja vivo, são tradicionais na festa, por florescerem apenas nessa época, além de serem utilizadas como a típica flor de luto, dos maias. 
Ela é também conhecida, como "a Flor de 400 pétalas", por representar o sol que ilumina os mortos!
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Caveirinhas de açúcar

As caveirinhas de açúcar são muito famosas no México. 
Além de serem utilizadas nessa data, onde colocam-se os nomes dos mortos e os homenageiam, em escolas e locais de reuniões de amigos, dando à alguém, uma caveira com o nome da pessoa escrito, como quem diz "estou te presenteando com isso. Esta caveira é você, portanto não tema a morte!"
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O dia

Segundo a lenda, nos dias 1 e 2 de novembro, os mortos têm a permissão para vir à Terra e visitar seus entes queridos. 
Por esse motivo, é que são preparadas algumas festividades, para que eles possam se sentir bem-vindos. 
Dentre elas, a família prepara as comidas preferidas dos entes falecidos, enfeitam suas casas para que fiquem bonitas, com flores, incensos e velas!

As iniciações funcionam assim: do meio-dia de 31 de outubro ao meio-dia de 01 de novembro, comemora-se a chegada do que eles chamam de "angelitos", que seriam as almas das crianças que se foram jovens. 
As velas e os altares desse dia são brancas. 
Do meio-dia de 01 de novembro até o meio-dia, do dia 02 de novembro, celebra-se a vinda das almas dos jovens e adultos que já se foram. 
Neste dia, as velas são todas coloridas, para homenagear a todos!
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Troféus

Na era pré-hispânica era comum decorar as sepulturas dos mortos e a prática de conservar seus crânios como troféus, para depois mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento.
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Os alimentos

Entre os alimentos que as pessoas fazem para esta noite, estão o "Pan de Muerto" que sempre é utilizado, um chocolate em forma de caveira, e ainda o Mezcal que é uma bebida alcoólica super forte, interessante até para espantar o frio!
A ideia é de que estão recebendo um anfitrião, ou seja, este deve ser bem servido!
Além disso, acredita-se que as almas apenas absorvam as essências dos alimentos, mas quem os come de fato, são as pessoas que estão na festa!
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Antigamente

Antigamente nas pequenas cidades do México, as pessoas tinham o hábito de enterrar seus familiares embaixo de suas casas, na intenção de fazer com que independente de para onde fossem suas almas, permanecessem fazendo parte da família. 
Hoje em dia, como esse tipo de coisa não acontece mais, nesta data as pessoas fazem reuniões familiares em cemitérios, para comemorar!
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Carnaval

Alguns chamam esta festa de "Carnaval dos Mortos", pois além das festividades, na rua, há bloquinhos de passeata, como se faz no carnaval!
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A famosa Katrina

Quem é ela?
Pois bem, esta moça formosa que aparece em forma de caveira por todos os lugares e anda se popularizou entre as tatuagens aqui no Brasil.
Ela representa uma senhora cheia de pompa e postura, que na realidade significa que após a morte, todos somos iguais. 
Não há diferenças entre ninguém. E daqui, não se leva nada!


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Governo do Amazonas inaugura obras para potencializar a atividade turística em Iranduba




 
iranduba-inauguracao-pousada-comunitaria-acajatuba-1Três comunidades ribeirinhas do município de Iranduba, localizadas na Região Metropolitana de Manaus (RMM), ganharam do Governo do Estado, com apoio do Ministério do Turismo, três empreendimentos que vão potencializar ainda mais a atividade turística na região.
A primeira comunidade contemplada foi a de Acajatuba, que recebeu uma pousada com 15 leitos, poço artesiano, banheiros, cozinha completa, ar-condicionado, entre outros equipamentos. “Nós temos uma obrigação de melhorar  e ampliar a oferta turística para o nosso Estado e esses empreendimentos estão dentro dessa linha, que é desenvolver ainda mais a atividade nessas comunidades”, disse a presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Oreni Braga.
iranduba-inauguracao-pousada-comunitaria-acajatuba-2A titular do Órgão de Turismo informou ainda que a Pousada Comunitária de Acajatuba, mesmo antes de ser inaugurada, já fechou o primeiro grupo de turistas. “O que é mais importante é que nós chegamos para inaugurar a nossa pousada em Acajatuba e já temos um canal de TV  que vai gravar uma novela, ou um seriado, para mostrar ao Brasil as imagens da natureza do nosso Amazonas e do povo, que presta serviço para aqueles que chegam aqui”, disse Oreni.
iranduba-inauguracao-pousada-comunitaria-acajatuba-3Para o presidente da Comunidade de Acajatuba, Raul Neves dos Santos, a pousada será um grande indutor para a geração de emprego e renda para a região.  “Agora vamos trabalhar para mantê-la em boas condições, visando sempre o bem dos turistas, pois sabemos que o turista bem tratado vai falar muito bem da nossa comunidade”, destacou Raul.
A segunda comunidade a receber uma Pousada Comunitária foi Paricatuba. No total, foram investidos na construção dessas duas pousadas mais de R$ 290 mil reais, verba do Governo do Estado e do Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo.
iranduba-central-artesanato-janauari-1Potência artesanal  – Uma das comunidades mais fortes na confecção de peças artesanais do Estado é a Comunidade de Janauari, local onde o Governo do Estado entregou uma Central de Artesanato completa, com local para a criação das peças, com todo maquinário apropriado, e outro para exposição e comercialização.
De acordo com a presidente da Amazonastur, Oreni Braga, a Central de Artesanato de Janauari recebeu um investimento de mais de R$ 148 mil. “É claro que hoje temos vários segmentos como a Pesca Esportiva, o Turismo de Cruzeiros, Negócios e de Eventos, mas também precisamos trazer para as comunidades  o Turismo de Base Comunitária e esse é só o começo de um grande trabalho, que começamos a implantar há seis anos”, completou.
iranduba-central-artesanato-janauari-2O presidente da Associação dos Artesãos de Janauari, Givaldo de Oliveira Coelho, comemorou a entrega da obra. “Agora temos um local adequado para produzir e vender nossas peças. Agradecemos muito ao Governador e a doutora Oreni por acreditar em nosso potencial”, finalizou.
As obras foram inauguradas nos últimos dias 26 e 27 de outubro e contou com a participação de representantes do trade turístico do Estado, além da prefeita de Iranduba, Maria Madalena de Jesus Souza.

fonte: Blog da Floresta

O corpo do Itacoatiarense Milton Cordeiro é velado em Manaus

Familiares e amigos prestam últimas homenagens a Milton Cordeiro (Foto: Isis Capistrano/G1 AM)
Familiares e amigos prestam últimas homenagens a Milton Cordeiro (Foto: Isis Capistrano/G1 AM)

Vice-presidente de jornalismo da Rede Amazônica morreu aos 84 anos. Velório reúne parentes, amigos e funcionários na manhã desta segunda (31).
O corpo do vice-presidente de jornalismo da Rede Amazônica e um dos fundadores do grupo, Milton Cordeiro, está sendo velado na manhã desta segunda-feira (31). Ele morreu por volta das 23h de domingo (30), aos 84 anos, vítima de pneumonia. O velório ocorre na Funerária Almir Neves, na Rua Monsenhor Coutinho, Centro de Manaus.

Emocionados, familiares e amigos reuniram-se para dar adeus e prestar as últimas homenagens a Milton. O velório reúne parentes, amigos, funcionários, além de profissionais da área de comunicação. O corpo deve ser levado para Belém, no estado do Pará, onde deve ser cremado.
"Cabe a nós netos, bisnetos e filhos honrar o exemplo que foi Milton de Magalhães Cordeiro. Tive a honra de tê-lo como avô, sempre foi um exemplo para nós em questão de retidão de caráter, ética e moral exemplar, disse o neto e advogado Douglas Monteiro, 27 anos.
 Colega de profissão, o jornalista Arlindo Porto, recordou a trajetória vivia ao lado do amigo. "A nossa amizade se iniciou quando éramos bem jovens e ambos trabalhávamos na empresa Archer Pinto, juntamente com Felipe Daou, um ajudando o outro. Devido àquela reunião fraterna surgiu a ideia de fazermos o primeiro sindicato, onde eu tive a honra de ser o primeiro presidente e o Milton era o secretário-geral com aquela capacidade enorme de gerir e coordenar. Eu vim com enorme tristeza aqui, nunca imaginei a possibilidade dele partir para sempre. Fica os meus pêsames para a família dele, pela grande pessoa que ele foi", disse.
"Ele tinha o coração do tamanho do monte. Meu pai teve fases difíceis e nos momentos difíceis ele ajudava muito a todos nós. É uma perda muito grande para minha família, gostávamos muito do Milton. Eu era muito ligado à Maria Edi e sinto muito por isso", completou o cunhado de Milton, o aposentado José Carlos, 78 anos, cunhado de Milton.
O senador e ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que o Amazonas está de luto. "Eu conheço o Milton e Maria Edy há muitos anos. O Amazonas está de luto por um homem que trabalhou a vida inteira para fazer do meio de comunicação uma forma de expressar não só os desafios, mas as alegrias e tristezas do nosso povo. Em meu nome e da minha família, presto as homenagens para o grande jornalista Milton Cordeiro, afirmou.
Carreira
Natural de Itacoatiara, Milton Cordeiro era viúvo de Maria Edy Cordeiro, que faleceu em 2014. O casal deixou 5 filhos, 10 netos e 5 bisnetos. Dr. Milton e D. Edy, como eram chamados, foram casados durante 55 anos.
A carreira de Milton Cordeiro na Rede Amazônica teve início com o convite dos amigos Phelippe Daou e Joaquim Margarido - que faleceu no dia 5 de outubro de 2016. O trio fundou a Amazônia Publicidade em setembro de 1978, onde "tudo começou". Na apresentação do livro "Rede Amazônica - 40 anos de Comunicação na Amazônia", ele narrou a empreitada.
"Tudo começou com a Amazonas Publicidade em duas salas na Av. Eduardo Ribeiro, nos altos da padaria Avenida. E, ali mesmo, a visão empreendedora do Phelippe constituía-se a empresa Rádio TV do Amazonas Ltda., para participar da concorrência pública aberta pelo Ministério das Comunicações para a instalação de uma emissora de imagem e som na cidade de Manaus", contou.
Vice-presidente Milton Cordeiro em foto de setembro de 2013 (Foto: Reprodução / Rede Amazônica)Vice-presidente Milton Cordeiro em foto de setembro de 2013 (Foto: Reprodução / Rede Amazônica)
Em 1970, os amigos ganharam a concessão para explorar o canal de TV, que recebeu o número 5. A solene inauguração da TV Amazonas ocorreu por volta das 17h30, com o corte da fita simbólica pela Sra. Nazira Chama Daou, fato que relembrou com carinho no prefácio do livro em comemoração às quatro décadas do grupo.
"A Rede Amazônica mostrava opinião a respeito de temas de interesse coletivo. E a resposta do telespectador vinha no dia seguinte por telefone, parabenizando-nos e sugerindo comentar outros assuntos", relembrou em trecho do livro.
Nos anos 1980, ele ascendeu a direção de jornalismo da Rede Amazônica. Nos anos 2000, Milton Cordeiro assumiu o cargo de vice-presidente de jornalismo da Rede Amazônica.
"Nosso compromisso para com a Amazônia e sua população jamais foi desvirtuado para servir a propósitos mesquinhos e de duvidosa interpretação. A caminhada não foi fácil, entretanto, revigorada sempre pela crença no Brasil do amanhã, repleto de oportunidades para as gerações que um dia estarão á frente dos nossos destinos. Em quarenta anos de integração amazônica (...) não pretendemos ser donos da verdade, mas vexilários da livre iniciativa, com uma democracia verdadeira ao alcance de todos", escreveu Cordeiro em 2012, ano após ser homenageado com a primeira edição do Prêmio Milton Cordeiro, uma homenagem da emissora.
Joaquim Margarido (esq.), Phelippe Daou e Milton Cordeiro, fundadores da Rede Amazônica, em imagem de setembro de 2013   (Foto: Reprodução / Rede Amazônica)Joaquim Margarido (esq.), Phelippe Daou e Milton Cordeiro, fundadores da Rede Amazônica, em imagem de setembro de 2013 (Foto: Reprodução / Rede Amazônica)
Empenhado no compromisso de integrar os povos da Amazônia pela comunicação, Milton Cordeiro chegou a se definir certa vez, em depoimento ao grupo que fundou. Em suas palavras, Milton Cordeiro é "um homem de família, um homem temente a Deus, que abraçou uma profissão, que viu seu pai ser um grande redator e que procurou ser igual".
Estudos
Milton Cordeiro começou os estudos da infância no Colégio São Geraldo, indo depois para o Colégio Amazonense onde concluiu o Ensino Médio. Orador de turma, ele optou por seguir os estudos universitários no curso de direito.
A faculdade foi concluída em 1963, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Como bacharel, ele chegou a atuar como delegado de polícia. Foi repórter, redator, secretário e diretor superintendente executivo da empresa Archer Pinto.
 Prêmio Milton Cordeiro reuniu jornalistas em Manaus (Foto: Sérgio Rodrigues/G1 AM)Prêmio Milton Cordeiro reuniu jornalistas em
Manaus (Foto: Sérgio Rodrigues/G1 AM)
Homenagem perene
Em homenagem aos 80 anos do jornalista, a Rede Amazônica lançou, no dia 29 de novembro de 2012, em Manaus, o Prêmio Milton Cordeiro de Jornalismo.
A homenagem e o prêmio foram objetos de segredo para o homenageado e para os convidados presentes na cerimônia. Além de familiares, amigos e colegas de trabalho, também se fizeram presentes autoridades e a imprensa local.
O evento começou com uma homenagem à história do jornalista, que atuou na área da comunicação 57 anos de sua vida. Com lágrima nos olhos, Milton Cordeiro disse nunca se sentir tão grato. "Estou muito feliz. Não esperava um dia receber uma homenagem tão importante. É o coroamento da atividade profissional a qual dediquei a minha vida", contou à época.
Na ocasião, o presidente da Rede Amazônica ressaltou a satisfação em homenagear o amigo, parceiro de profissão e de vida. "Esta é a maneira de fazer uma homenagem que não é passageira. Onde o prêmio estiver presente, estará presente a figura de Milton e a certeza de quem ainda existem bons jornalistas", disse.


Meus sinceros sentimentos de pesar pela passagem de tão honrado e ilustre itacoatiarense, que muito contribui para o desenvolvimento do Estado do Amazonas. Que Deus traga o consolo a família enlutada e amigos. (Frank Chaves)


fonte: G1 Globo - Amazonas

Por que Manaus ainda não tem um Fundo Municipal de Cultura?

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A falta de uma Lei municipal que permita a criação de um Fundo de Cultura para Manaus já se estende por vários anos. Tramitou na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e foi encaminhada para aprovação do Prefeito de Manaus, no dia 24/09/2013, mas não foi priorizada até agora. Capitais como Teresina, no Piauí, e Coari, no Amazonas, já contam com este fundo e podem aceder a recursos a nível estadual e federal.
Segundo o ex-presidente da CMM, Bosco Saraiva, “o projeto de Lei para o Fundo Municipal de Cultura é fundamental para que tenha uma regra cultural atualizada nos moldes de outras cidades, aquii em Manaus temos dificuldade porque implica em incentivos, em razão da Zona Franca (ICMS). Tramitou em 2013 e 2014, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), durante a minha gestão. Eu me reuni várias vezes, com Márcio Souza, Bernardo Monteiro de Paula e outros conselheiros, para que esta lei pudesse ser criada.No início deste ano (2016) estava na Secretaria Municipal de Finanças, tinha saído do Gabinete Civil do Prefeito. No entanto, está paralisada por conta da receita do Município”, revelou. 
Cultura não é prioridade
Para o Prefeito de Manaus, Artur Neto isto não foi prioridade. Foi o que ele respondeu quando questionado sobre a não aprovação da lei. “Não era prioridade”, disse. Mas, prometeu avançar no tema, se reeleito.
“Uma forma de enfrentar a crise foi diminuir os investimentos na cultura. Priorizamos salários e infraestrutura e por razões de orçamento não deu para fazer muito na cultura. Agora mais em frente pretendemos fazer esta lei. Falei com os artistas e quando tiver uma melhor economia, veremos isto”, salientou o Prefeito de Manaus.
Para o ex-prefeito de Manaus, Serafim Correia, “a cultura popular é fundamental para a cidade, o problema é que o Fundo tenha fundos. É um desafio para o próximo prefeito, para que possa fazer isso”.
O deputado José Ricardo (PT) disse que “não tem fundo para a cultura, por que não há compromisso da atual gestão com o tema da cultura, não há vontade política. O gestor poderia buscar os recursos noutras fontes: federais, estaduais, iniciativas privadas. “Tem que ter uma decisão política para colocar a cultura em pauta. A cultura é parte da vida, é uma pena que não vejam assim, num momento de crise a cultura gera renda e emprego”. 
A Lei irá fortalecer a cultura de Manaus
Segundo a CMM, o PL nº348/2013 altera o artigo 2º da Lei nº 710, de 3 de setembro de 2003, e confere ao Conselho Municipal de Cultura (CMC) a competência para gerir e administrar os recursos do Fundo Municipal de Cultura. Além de reestruturar o Conselho Municipal de Cultura, conferindo-lhe constituição paritária entre os órgãos e entidades do Poder Executivo e os representantes civis da cultura de Manaus, a propositura também estabelece o prazo do mandato dos conselheiros.
A propositura visa ainda atualizar o valor dos pagamentos que, no Brasil, se faz a parlamentares, nos níveis municipal, estadual e federal por sessões extraordinárias percebidas pelos conselheiros; dispor sobre as hipóteses de perda do mandato dos representantes da cultura de Manaus; autonomia administrativa e financeira ao Conselho e vinculá-lo ao Prefeito de Manaus e ainda criar cargos auxiliares indispensáveis ao seu funcionamento, uma vez que a sua atual estrutura é ineficiente. (Mercedes Guzmán)
Itacoatiara, também não pode ficar a margem desse processo, pois se para a capital do Amazonas, que conta com o aporte da Zona Franca de Manaus, já se faz necessária e urgente a implantação do Fundo Municipal de Cultura, imagina o município de Itacoatiara, que não dispõe de um orçamento capaz de prover a contento as ações culturais de nosso município. Vamos nos unir para travar também essa batalha na Velha Serpa e lutar para a implementação do Fundo Municipal de Cultura itacoatiarense, para dinamizar as atividades culturais de Itacoatiara, que estão na inércia a muitos anos (Frank Chaves)
fonte: Blog da floresta

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A Comunidade Israelita de "Pedra Pintada"



Itacoatiara é o nome da cidade localizada a 286 Km de Manaus em direção oeste. São encontradas na vazante do rio Amazonas que banha esta cidade, várias pedras pintadas, e nelas gravadas heliografias estranhas. Existem várias teorias sobre quem as pintou. Uma delas remonta aos finícios, povo desbravador e navegador que poderia ter passado por alí a procura de madeiras especias para a construção de grandes monumentos e templos, como aquele do Rei Salomão, por exemplo! Nada porém foi comprovado. “Ita” significa pedra e “coatiara” pintada, daí o nome da cidade.


Curiosidades a parte, vamos a nossa aventura.

Para obter maiores informações sobre a comunidade que existiu naquela cidade no princípio do século XX, fui entrevistar, na véspera de minha viagem a Itacoatiara, uma pessoa, seu nome: Esther Azulay Benchimol, na época com 87 anos (hoje 97 anos) de idade com saúde para dar e vender, e que Deus a conserve assim por muitos e muitos anos. Tia Esther, como sempre a chamei eu e quase todos que a conhecem, é uma lenda viva. Contou-me toda a sua infância e adolescência na cidade de Itacoatiara onde nascera. Deu-me nomes de famílias, o bairro onde viviam, me falou das “dezoito” (referência a dezoito casas de taipa construídas por ingleses e onde os judeus moravam inclusive a sua família), me contou da “revolução” de Itacoatiara...

Bem, essa revolução só iria compreender do que se tratava mais tarde quando estive na cidade. Enfim, deu-me informações suficientes para que pudesse começar a minha pesquisa. Sempre muito lúcida, risonha e com uma precisão incrível nos fatos e datas, tia Esther seria a chave principal para o sucesso desta reportagem e realmente o foi.

Antes de partir, obtive com o senhor Moisés Benarros Israel, correligionário de Manaus, com negócios em Itacoatiara, algumas informações importantes e que iriam me ajudar.

Chegando a Itacoatiara, resolvi começar pelo cemitério israelita. Como não era a minha primeira vez na cidade (quando fui shaliach em Manaus estive duas vezes em Itacoatiara para visitar o cemitério), não demorei em encontrá-lo. Porém, para minha surpresa, o mesmo estava coberto pelo de mato, o portão estava trancado e não pude me aproximar. O senhor Moisés Israael me dera um número de um celular pertencente a um de seus funcionários, quem guardava as chaves do portão do cemitério, mas não consegui contato com ele. Contentei-me em abrir o livro do Professor Samuel Benchimol Z´L – Eretz Amazônia - e ler o nome das almas que alí repousavam dizendo uma “hashkabá” (oração para pessoas já falecidas) para todos.

Não desanimei. O próximo passo seria encontrar a Galeria Professora Marina Penalber e falar com a senhora Iléia, também indicação do senhor Moisés Israel. Após breve apresentação começamos a conversar sobre o motivo de minha visita. Perguntei-lhe sobre os judeus de Itacoatiara, se ela não possuía alguma informação sobre como viviam, aonde residiam, quantos eram e etc. Ela pediu alguns minutos para ir ver o que poderia encontrar.

Enquanto isso sai um pouco afora e me chamou logo a atenção uma construção muito antiga com arquitetura arrojada e de finos traços pertencentes a uma época passada. Aproximei-me e pude constatar o abandono total desta construção. Busquei alguma identificação e encontrei um nome meio apagado que apenas pude lê-lo com muito esforço e dizia – “Casa Moisés”. Voltando a galeria a senhora Iléia me explicou que a “Casa Moisés” foi construída por judeus. Os irmãos Marcos e Moisés Ezaguy e o cunhado Isaac José Péres – este último foi prefeito de Itacoatiara no período de 1926 a 1930 – construíram e inauguraram alí um grande estabelecimento de exportação e importação, uma vez que o porto da cidade era um dos mais movimentados da Amazônia, vindo navios da Europa e dos Estados Unidos exclusivamente ao seu porto. Posteriormente foi instalado no prédio uma agência de viagem e representação de várias empresas de navegação marítima nacional e internacional, dos sócios Ezaguy e Jacob Benchimol e que encerraram suas atividades em 1973.

Em seguida, a secretária da galeria me trouxe um documento. Era uma cópia de um relatório bem extenso e dizia: “INTENDÊNCIA MUNICIPAL DE ITACOATIARA pelo prefeito ISAAC JOSÉ PÉRES”. Aquilo alí já valeria a minha viagem! Tamanha era a minha satisfação e alegria, que pedi imediatamente para tirar uma cópia daquele documento. A secretária disse que não teria nenhum problema. A senhora Iléia disse então que iria me levar até a secretaria de educação do município aonde iria me apresentar a uma pessoa que poderia me dar mais informações sobre os judeus que viveram na cidade. Seu nome Frank Chaves, acessor do secretário de educação.

Frank Chaves é pesquisador e historiador. Esclareceu-me muitos detalhes e deu-me importantíssimas informações que passarei a relatar agora. O professor Frank Chaves foi mais tarde, entrevistado para o filme Eretz Amazônia e contou para a telinha o que relatamos aqui.

Primeiramente, com o relatório da gestão de Isaac José Péres em mãos, perguntei-lhe se não teria mais informações a respeito deste prefeito. Frank me afirmou que tinha muito interesse sobre o assunto e que pretendia inclusive, escrever a bibliografia de Isaac José Péres por considerá-lo, uma pessoa de grande importância para sua cidade natal afirmando inclusive, que Peres teria sido o melhor prefeito da história da cidade de Itacoatiara. Disse-me que Isaac era um homem de visão moderna, um empreendedor, homem criativo e inteligente da alta sociedade amazonense e muito bem quisto por todos.

O Professor Samuel Benchimol Z´L em sua obra, Eretz Amazônia frisa o seguinte: “Isaac José Perez, o grande prefeito judeu que revolucionou, urbanizou Itacoatiara e fundou o cemitério judeu de Manaus. Era casado com Rachel Hilel Benchimol, cujos pais vieram de Gilbratar para Cametá em 1850, e depois se transferiu para Itacoatiara. Isaac José Perez veio a Manaus em 1928, ainda como Prefeito de Itacoatiara conseguiu com seu prestígio, junto ao Governador Efigênio Sales, a troca de um terreno aos fundos do cemitério São João Batista, que havia sido comprado para ser o cemitério judeu, por um terreno melhor situado ao lado do mesmo cemitério, na esquina do Boulevard Amazonas, hoje avenida Álvaro Maia. Comprado o cemitério judaico e feito o seu gradeamento, Isaac José Perez teve o grande infortúnio e desdita de ver morrer de febre amarela o seu querido e amado filho Leon Perez, jovem engenheiro politécnico, que estava em visita a seus pais. Por ironia do destino, o fundador do Cemitério Judeu de Manaus o inaugurou, enterrando o seu próprio filho, em 12 de setembro de 1928”.

Em seguida comentei com Frank sobre a reportagem que havia feito no dia anterior com a senhora Esther A. Benchimol. Especificamente perguntei-lhe sobre a tal da “revolução” que tia Esther me relatou. Notei que Frank ficara surpreso, mas não entendi o porque! Então ele me contou que a senhora Esther referiu-se ao ano de 1932, quando eclodiu uma verdadeira BATALHA NAVAL às margens do rio amazonas em frente à cidade de Itacoatiara (ver o box Batalha Naval em Itacoatiara nesta matéria).

Desfeito o mistério da tal “revolução” que tia Esther comentou, faltava sair a campo para conhecer as tais “dezoito” onde viviam os judeus. Fomos com Frank Chaves então conhecer a cidade de Itacoatiara. Mostrou-me obras realizadas pelo então prefeito Isaac José Péres, como escolas públicas, avenidas, pontes. Explicou-me que foi Peres que trouxe o primeiro médico para residir e prestar serviços profissionais na cidade, que implantou energia elétrica através de geradores. Levou-me a rua “Isaac Peres”, a Escola Municipal “Isaac Peres”, homenagens de prefeitos posteriores ao trabalho exemplar e pioneiro de Isaac José Peres.

Bem, faltava ainda a visita ao bairro dos judeus com certeza o trecho mais interessante do meu roteiro. A caminho, Frank me mostrou uma casa aonde disse ter sido ali a Sinagoga da comunidade. Era a residência de Dona Esther Ezaguy, viúva de Moysés Ezaguy na rua Deodoro. Chegando ao bairro da Colônia, onde viviam os judeus, me mostrou a residência da família Benchaia, vi na rua Álvaro França, no mesmo bairro a Usina de Beneficiamento de Borracha instalada por Isaac José Péres e finalmente, pude realmente comprovar a existência de várias casas, situadas na rua Moreira César, que Frank as apontou-me como sendo as tais “dezoito”. Para minha surpresa, encontrei uma delas com os traços de uma casa de taipa, podia ver na parte lateral superior da casa, ripas e recheios de barro. Foi então que começou o fato mais importante e inesperado de minha reportagem. Frank contou-me que bem em frente as “dezoitos”, vivia sua avó, onde hoje era uma igreja. Sua avó sempre dizia, que tinha muitas amigas judias “das dezoitos” e que uma delas veio visitá-la certa vez. Frank contou: “Eu tinha cerca de dez anos quando vi um carro estacionar a porta da casa de minha avó. Ela estava em pé, parada, esperando ansiosa para abraçar sua velha amiga judia que veio visitá-la depois de muitos e muitos anos. A senhora saiu do carro acompanhada de seu neto, e ao se aproximar de minha avó, elas se abraçaram e choraram durante quase uma eternidade, pelo menos para mim parecia assim. Conversaram durante muito tempo, lembro que fui brincar e quando retornei ainda estavam conversando. A despedida foi incrível, percebi novamente lágrimas nos rostos das duas senhoras. Me impressionou muito quando a visitante disse a minha avó, que aquela era a última vez que se viam, pois na idade das duas não teriam outra oportunidade de encontro. E assim foi, minha avó faleceu a cerca de dez anos atrás”.

A surpresa maior Frank reservou para o final, me levou a sua casa onde disse-me que queria mostrar-me umas fotos. Chegando lá, procurou, o álbum de fotos que sua avó tinha, e que ele guardava depois de sua morte. Encontrou uma foto do prefeito Isaac José Pérez, mas não encontrava o álbum de fotografias de sua avó.

Era tarde, estava na hora de retornar para Manaus, não gosto de viajar a noite, então disse para Frank que em outra oportunidade veria as fotos de sua avó. Uma última caixa ele pegou e disse: “vamos tentar só mais essa caixa”. E realmente, nesta caixa Frank encontrou a foto que buscava para me mostrar. Uma foto muito antiga, onde uma mocinha muito bonita aparecia em cima de uma pedra. Foi aí então que Frank me disse: “esta na foto é a amiga judia de minha avó, aquela que veio visitá-la quando eu tinha dez anos e que aparece aqui com cerca de quatorze anos de idade. Ela se chamava Esther Azulay". Impressionante!!! A tia Esther Azulay Benchimol, era a amiga querida da avó de Frank Chaves. Aquilo me emocionou muito, era muita "coincidência" eu ter encontrado uma pessoa que... bem, como diz o velho ditado: “este mundo é pequeno mesmo” eu costume acrescentar e D-us é que é grande.

Uma última obrigação me restava: levar esta foto à tia Esther. E assim fiz. Foi grande a emoção, mais tia Esther suportou bem e inclusive brincou comigo dizendo que eu deveria ser um detetive e não um jornalista.

Obrigado à tia Esther e a toda a sua família.


Batalha Naval de Itacoatiara

Frank entregou-me um livro de autoria de Anísio Jobim o qual relata com detalhes o que foi esta batalha. Os revoltosos tenentistas chefiados pelo civil, comissionado no posto de coronel, Alderico Pompo de Oliveira, pelo general Bertholdo Klinger, iniciaram uma revolta desde a fortaleza de Óbidos e pretendiam tomar as cidades ribeirinhas e ocupar Manaus, excelente ponto estratégico e de abastecimento.

Em 21 de agosto de 1932, chegava a notícia de que os navios “Andirá” e “Jaguaribe” haviam sido tomados pelos rebeldes. Partindo de Óbidos em direção à Manaus, logo chegaram a Parintins, cidade desguarnecida que não apresentou nenhuma resistência aos revoltosos. A notícia da tomada de Parintins causou um abalo enorme na população de Itacoatiara que já espera o pior.

Os navios chegaram a região de Itacoatiara. Mandando um emissário a terra para um entendimento com as forças legais, tiveram resposta de absoluta intransigência, pelo que resolveram conceder um prazo de duas horas para que as famílias se retirassem daquela cidade, quando então começariam os bombardeios. Antes de decorrido o prazo, chegaram ao porto de Itacoatiara os navios legais “Baependi” e “Ingá”, que entraram imediatamente em luta.

No dia 24 de agosto de 1932, ao avistar as forças legais, os inimigos manobraram em atitude de combate. Toques de cornetas estrugiram a bordo e a deflagração começou de ambas as partes. Os canhões troavam e as metralhadoras crepitavam terríveis (tia Esther, lembro-me, contou-me que os tiros passavam perto de sua janela e que todos se escondiam debaixo da cama com receio de serem feridos.

Constatei mais tarde que “as dezoito” onde viviam não ficava longe da beira do rio Amazonas. Os vapores legalistas avançavam. No meio da refrega o “Ingá” foi de proa em cima do “Jaguaribe” em poucos minutos o “Jaguaribe” estava adernando e em seguida foi a pique. O Andira” hostilizava impiedosamente os navios legais a tiros de fuzil e de metralhadoras pesadas. Porém, um tiro certeiro de metralhadora destruiu a ponte de comando do “Andirá”. O “Baependi” atirou-se então sobre ele, alcançando-o de popa e partindo-o ao meio.

A feroz batalha naval de Itacoatiara chegou ao fim após breves quarenta minutos de luta pesada. As tropas fiéis ao governo de Getúlio Vargas inscreveram, incontestavelmente, uma página de bravura em defesa da ordem.

Uma nota pitoresca que evidenciou o desconhecimento dos nossos homens públicos no tocante a geografia do país, foi o telegrama publicado num jornal francês e transcrito no “Imparcial” do Maranhão, e por sua vez transcrito no “O Jornal” de Manaus de 26 de Setembro de 1932, o qual dizia assim: “A esquadra brasileira sob o comando do presidente Vargas, bateu, no Oceano Atlântico, a frota revolucionária do almirante Itacoatiara”.

(Baseado na obra de Anísio Jobim – Batalha Naval de Itacoatiara).






Por: David Salgado
Fonte
http://www.amazoniajudaica.org/167563/A-Comunidade-Israelita-de-Pedra-Pintada

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