quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Aplicativo ‘Dnit Móvel’ aponta perigos na estrada para motoristas

Em dezembro do ano passado o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que cuida das rodovias federais do Brasil, lançou um aplicativo para facilitar a vida dos motoristas
O Dnit Móvel detecta a rodovia e o quilômetro em que motorista encontrou o problema
O Dnit Móvel detecta a rodovia e o quilômetro em que motorista encontrou o problema (Anne Gabrielly)
Viajar pelas estradas do País pode significar muitas dores de cabeça para poucos dias de férias: falta sinalização adequada, acidentes e muitos buracos são enfrentados no caminho até chegar ao destino. E se fosse possível mandar um “relatório de reclamações” com os problemas da rodovia para o departamento responsável de forma gratuita e sem tomar muito o seu tempo?
Em dezembro do ano passado o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que cuida das rodovias federais do Brasil, lançou um aplicativo para facilitar a vida dos motoristas. O “Dnit Móvel” está disponível para smartphones e envia, diretamente para o órgão, problemas comuns encontrados nas rodovias federais, como buracos e deslizamento de barrancos.
Com o GPS do aparelho habilitado, o Dnit Móvel detecta a rodovia e o quilômetro em que motorista encontrou o problema. Uma tela com várias opções de ocorrências fica disponível para o usuário, que pode detalhar o problema encontrado.
Quem preferir enviar fotos ou detalhar problemas encontrados na rodovia consegue fazer isso com a ajuda da câmera do aparelho celular. O último passo consiste em enviar todos estes dados à Ouvidoria do Dnit, automaticamente.
Sem conexão
O aplicativo também prevê a ausência de internet na estrada. Nesses casos, o usuário precisa detalhar manualmente o local onde foi encontrada a ocorrência informando o Estado, o número da rodovia e o quilômetro encontrado o problema. Os dados são enviados automaticamente após o restabelecimento da internet no aparelho.
Segundo informações da assessoria de imprensa do Dnit,  os dados enviados para o órgão servirão para agilizar as melhorias urgentes nas rodovias. Além disso, é possível criar um mapeamento de cada rodovia federal e assim planejar trabalhos de manutenção e melhorias para cada estrada. “Isso dá mais eficiência ao uso dos recursos públicos e torna as estradas federais mais seguras”, completa o diretor de Planejamento e Pesquisa do Dnit, Adailton Cardoso Dias.
O Dnit Móvel permite ainda que o usuário faça a denúncia do problema de forma anônima. É possível também receber uma resposta do Dnit sobre o problema na via, mas para isso é necessária a realização de um cadastro por meio do próprio aplicativo.
Entre as piores
Segundo estudo realizado ano passado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), as rodovias do Amazonas estão entre as piores do País. Nos três itens avaliados (pavimento, sinalização e geometria das estradas), a BR-174 e a BR-319 tiveram índices considerados regular, péssimo ou ruim.
Segundo o estudo, 62,1% das principais rodovias do País apresentam problemas. Dos 18.960 quilômetros de rodovias sob concessão privada analisados, pouco mais de 4,9 mil quilômetros foram considerados regulares, ruins ou péssimos, o equivalente a 25,9% do total.
Aplicativo mostra onde tem buracos
Em Manaus, um grupo de cientistas da Fucapi criou o aplicativo “Terremoto Manaus”, que identifica quais ruas possuem mais buracos e os efeitos que isso causa nos automóveis. O aplicativo está disponível gratuitamente para smartphones andróides.
Na tela do celular ou tablet, um pequeno fusca demonstra os movimentos sofridos pelo carro enquanto os sensores detectam os níveis de inclinação sofrida nos buracos. Um mapa captado por meio do GPS demonstra o percurso feito pelos veículos, apontando os trechos mais críticos de cada via.
Ao chegar no destino final, o aplicativo apresenta um cálculo com os números dos picos máximos e médios conquistados no trajeto, além de fazer uma comparação com terremotos conhecidos mundialmente.
Em números
2.000 ocorrências foram registradas por motoristas  nos primeiros 30 dias de disponibilidade do aplicativo,  segundo informou a assessoria de imprensa do Dnit. Aproximadamente 10 mil usuários já realizaram o download do aplicativo nesse mesmo período.
Orientação
O aplicativo exige que o condutor pare o veículo em um acostamento para completar o envio de dados. Ao selecionar a opção de enviar ocorrências, uma janela é automaticamente aberta perguntando se quem está usando o aplicativo é o condutor do veículo. A medida pretende evitar que infrações de trânsito, como dirigir usando o celular, sejam cometidas durante a utilização do aplicativo pelo motorista.
Gratuito
O aplicativo “Dnit Móvel”  está disponível, de forma gratuita, para smartphones (Androides e iPhones) e tablets. Para ter acesso é necessário apenas baixar o aplicativo por meio do Google Play, para aparelhos Androides, e na Apple Store para os iPhones.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Marta volta a atacar Dilma: 'Vaca engasga de tanto tossir'

SÃO PAULO - No dia da primeira reunião ministerial do novo governo Dilma Rousseff, a ex-ministra e senadora Marta Suplicy (PT-SP) coloca mais lenha na fogueira da crise do partido e afirma que falta transparência ao governo. Em artigo publicado na “Folha de S. Paulo” e divulgado à imprensa por sua própria assessoria, a senadora escreve que, “se tivesse havido transparência na condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro”.
Marta, que no começo do ano deu uma entrevista com fortes críticas a Dilma e ao PT, dizendo que ou o partido “muda ou acaba”, lembrou nesta terça-feira que a presidente afirmou em seu discurso de vitória que manteria seus compromissos de campanha. “Nem que a vaca tussa”, salientou Marta sobre expressão usada por Dilma para afirmar que não mexeria em direitos e conquistas trabalhistas.
Para a senadora, se tivesse havido transparência, “não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir”.
A senadora, que foi ministra dos governos Lula e Dilma (Turismo e Cultura, respectivamente), queixou-se do silêncio da presidente sobre a escolha do ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “sem nenhuma explicação, nomeia-se um ministro da Fazenda que agradaria ao mercado e à oposição. O simpatizante do PT não entende o porquê. Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação”.
Para Marta, no entanto, não fica claro ainda se Dilma apoia as decisões da equipe econômica, já que “ela logo desautoriza a primeira fala de um membro da equipe e depois silencia”. A senadora comenta ainda que a própria Fundação Perseu Abramo, entidade do PT, criticou as escolhas do econômicas do governo.
“O PT vive situação complexa, pois embarcou no circo de malabarismos econômicos, prometeu, durante a campanha, um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção”, dispara a ministra, ressaltando que “nada foi explicado ao povo brasileiro, que já sente e sofre as consequências e acompanha atônito um estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança”.
Para Marta, a esse cenário somam-se as crises hídricas e energéticas, o que deixa o “palco montado”: “A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu”, finaliza a ex-ministra.
O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, não quis comentar as declarações da ex-ministra. Rui foi secretário de governo de Marta em São Paulo e era um de seus principais aliados. Ainda assim não escapou das críticas de Marta, que o acusou de fazer parte de um “complô” com o publicitário João Santana para inviabilizar uma eventual candidatura do ex-presidente Lula no ano passado.
 
CRISE COM O PT
Ex-prefeita de São Paulo, Marta tem se ressentido de falta de apoio do partido. Nas últimas campanhas, de 2012 e do ano passado, deu apoio protocolar aos candidatos a prefeito, Fernando Haddad, e a governador, Alexandre Padilha. No final do ano, foi implacável com o Padilha, seu ex-colega de ministério, que anunciou em primeira mão pelo Twitter o nome do sucessor de Marta na Cultura, Juca Ferreira. “Nada mais sintomático do que Alexandre Padilha, aquele que foi rejeitado pelo povo paulista, nas últimas eleições, para anunciar Juca Ferreira no Ministério da Cultura”, escreveu Marta, complementando que Ferreira, quando fora ministro da Cultura, havia promovido “desmandos” dos quais a população brasileira não “fazia ideia”.
Era o anúncio de que Marta, que pretende concorrer às eleições municipais de 2016, iniciava uma guerra contra seu próprio partido. Em seguida, em entrevista ao “Estado de S. Paulo”, a senadora fez críticas severas ao PT e ao governo. Até agora, a posição do partido tem sido de aguardar, sem causar mais fissuras na relação. O PT descarta a expulsão da ex-ministra e afirma que não há quebra de preceitos de seu estatuto.
Coordenador da Construindo um Novo Brasil (CNB), tendência majoritária do PT do qual Marta faz parte, Francisco Rocha, o Rochinha, rejeita a ideia de expulsar a ministra, mas não esconde a irritação com as declarações da petista. Para ele, “alguém precisa conversar com a Marta, que está magoada”. Ele, no entanto, não procurou a ex-ministra.
— Para expulsar a Marta pelo que ela fala, o PT teria de fazer uma lista enorme (de expulsões). Ela tem de parar. Alguém tem de sentar com ela e conversar. Não aceito que nenhum petista cuspa no prato em que comeu. Nem eu, Rochinha, nem ela, Marta.
Ex-marido de Marta, o senador Eduardo Suplicy foi surpreendido com o artigo da senadora nesta terça-feira. Apesar do nível de tensão entre ela e o partido, Suplicy diz acreditar que ainda exista um caminho de diálogo com a legenda.
— Ela tem consciência de que, se em alguns momentos ela não se sentiu tão considerada, por outro lado, sabe o quanto o partido a acolheu_ disse ele lembrando que, antes mesmo de ser deputada, em 1994, seu nome havia sido cogitado pelo então presidente do PT, José Dirceu, para ocupar a vaga de vice na disputa pelo governo paulista.
Bem votada para a Câmara dos Deputados, Marta concorreu ao governo em 1998 e, na eleição seguinte, venceu a corrida à prefeitura de São Paulo, em 2000. Depois, foi derrotada por José Serra (PSDB) na reeleição. Para Suplicy, não falta a Marta reconhecimento do partido, tampouco de lideranças como o presidente da legenda, Rui Falcão, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que, mesmo depois de derrotas eleitorais, ele concorreu ao Senado e ocupou dois ministérios do governo petista.
— Acredito que haja uma possibilidade de diálogo, mas qualquer decisão será dela. A minha recomendação, que faço a mim mesmo, é a decisão de permanecer, de procurar prevenir e corrigir as falhas (do partido)_ disse o senador, salientando que Marta não pediu seu aconselhamento.
Antigo aliado de Marta, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) condenou o texto da senadora, em sua conta no Twitter. Ele considerou o teor do texto “inaceitável”. “ Não traduz o sentimento dos petistas nem do povo brasileiro”, escreveu o petista.
 
fonte: Agência O Globo

Governo do Amazonas e Exército iniciam programa para levar internet a 52 municípios

A estimativa é que R$ 1 bilhão seja necessário para as obras de conexão nos cinco trechos
A estimativa é que R$ 1 bilhão seja necessário para as obras de conexão nos cinco trechos
Um dos Estados com menor cobertura de internet do Brasil, o Amazonas inicia este ano um programa arrojado com a meta de levar banda larga a 52 municípios do interior. Iniciativa do Governo do Amazonas e do Exército Brasileiro, com parceria de empresas privadas, o programa “Amazônia Conectada” começa a sair do papel em março, com obras em Manaus, e prevê a instalação de 7,5 mil quilômetros de cabos de fibra ótica nos leitos dos rios para interligar as cidades amazonenses à rede mundial de computadores.
Pelo projeto, serão criadas cinco “infovias” alcançando municípios das calhas dos rios Negro, Solimões, Purus, Juruá e Madeira. Em reunião na sede do Governo do Estado, nesta segunda-feira, 26 de janeiro, o governador José Melo determinou avanço nos estudos técnicos e na busca por recursos para desenvolver as etapas do programa. Além de buscar verba do Governo Federal, apoio dos Ministérios das Comunicações e de Ciência e Tecnologia, emendas parlamentares e recursos de P&D da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) também são alternativas para cumprir o plano de investimentos.
A internet chegará primeiro às unidades do Exército, governo estadual, municipal e federal
A internet chegará primeiro às unidades do Exército, governo estadual, municipal e federal
“Esse é um projeto de extrema importância para o Estado. O melhor caminho é desenvolvê-lo por trechos estratégicos, isso deve facilitar a obtenção dos recursos. A maior prioridade é o Alto Solimões, para chegar a Tabatinga, e o Madeira, para, em Humaitá, abrir outra vertente de conexão para o Brasil”, disse Melo, ressaltando que vai convidar as empresas de telefonia que atuam no Estado para participar do plano. A estimativa é que R$ 1 bilhão seja necessário para as obras de conexão nos cinco trechos. Além da infraestrutura, o projeto também pretende criar unidades para gerenciar o funcionamento e as emergências e incentivar a formação de pessoal especializado para a área.
Em um primeiro momento, a internet chegará às unidades do Exército, governo estadual, municipal e federal, o que vai melhorar a prestação de serviços e a segurança de dados nacionais. Hoje, toda a internet nessas cidades é via-satélite, o que é mais caro e de baixa qualidade. De acordo com o general Delcídio de Medeiros Sales, chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército, com a infraestrutura, serão desenvolvidos projetos para oferecer internet à população e haverá as condições favoráveis para a exploração comercial.
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Início das obras – O primeiro trecho entra em obras em março em Manaus, interligando unidades militares do Comando Militar da Amazônia (CMA). De acordo com o general Sales, a ligação entre Tefé e Coari, um investimento de R$ 15 milhões, já tem os recursos assegurados e o lançamento é previsto para o mês de outubro. A partir de Coari, a ligação até Manaus será feita via gasoduto, onde o governo estadual e a Telebrás têm parceria em curso para infraestrutura de internet.
Além de novos investimentos, o projeto também vai se integrar a estruturas já existentes. O gasoduto Coari-Manaus é um exemplo. Além disso, o Governo Estadual finaliza tratativas com a Telebrás para atender com internet as cidades na área de abrangência do Linhão de Tucuruí, beneficiando municípios da calha do rio Amazonas. Outros seis municípios serão contemplados com recursos do programa “Cidades Digitais”, do Ministério das Comunicações. O Exército também planeja compartilhar as redes que possui em Tefé, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Humaitá e Barcelos, disse o general Sales.
Segundo o gerente técnico da Prodam, Guilherme Moraes, o Plano Nacional de Banda Larga também deve beneficiar o Estado. Atualmente, Manaus possui ligação para o restante do Brasil via Linhão de Tucuruí, com a infraestrutura disponibilizada para transmissão da Copa do Mundo. Dos municípios da região do Gasoduto Coari-Manaus, Iranduba e Manacapuru já estão ligados e o governo toca obras em Caapiranga.
O programa “Amazônia Conectada” envolve o Exército Brasileiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, a Empresa de Processamentos de Dados do Amazonas (Prodam), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a empresa Padtec.


fonte: By Roberto Brasil - Blog da floresta

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Amazonas oferece 2,8 mil vagas para aprovados no Sisu 2015. Veja lista!


O MEC divulgou nesta segunda-feira (26), acesse aqui a lista completa dos inscritos classificados no Sisu 2015. Os estudantes terão prazo entre os dias 30/01 a 03/02 para efetuar as matrículas. No Amazonas 2.870 vagas foram disponibilizadas através da Universidade Federal do Amazonas (2.735) e do Instituto Federal do Amazonas (135). Confira abaixo a lista completa com vagas em todo o país.

19 municípios do interior serão beneficiados com entrega de títulos pelo Governo do Amazonas

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A política fundiária do Governo do Amazonas deverá beneficiar neste ano, por meio da Secretaria de Política Fundiária (SPF), 19 cidades do interior do Estado com a entrega de 5 mil títulos definitivos rurais. Outros 1 mil títulos urbanos também deverão ser entregues para a cidade de Novo Airão e aproximadamente 12 mil documentos vão atender famílias da capital amazonense.
As novidades foram anunciadas no último sábado, dia 24 de janeiro, pelo secretário estadual de Política Fundiária, Ivanhoé Mendes, que esteve reunido com moradores do bairro São Jorge, onde o Governo irá distribuir 1 mil títulos. “Após o Carnaval vamos percorrer várias cidades como Barreirinha, Maués, Itacoatiara, e outras. Só em Novo Airão vamos entregar mil títulos urbanos, a maior entrega de títulos de terra urbanos fora da cidade de Manaus”, destacou o secretário.
Ainda segundo Ivanhoé, a previsão é que a entrega dos títulos aos amazonenses do interior seja feita com a presença do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.
O título definitivo do imóvel garante segurança jurídica sobre a posse da propriedade, além de possibilitar o acesso às inúmeras políticas públicas e de crédito em agências de fomento, como a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e o Basa, e também aos bancos privados. “Você vê famílias que estão há quase uma década morando numa casa, elas têm a posse da casa mas não são os legítimos proprietários. E a partir de agora, com o título, elas poderão registrar e ter segurança jurídica”, ressaltou Ivanhoé.


BF - By -
 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Percorrendo longos trajetos pela capital, carteiros comemoram o seu dia neste domingo (25)

Com uma rotina que inclui 15 quilômetros de caminhadas diárias, eles percorrem a cidade e ajudam a reduzir distâncias entre a correspondência e o destinatário. Dia do Carteiro é comemorado no dia 25 de janeiro
Há 12 anos entregando cartas, Fredson Freitas conta que caminha, em média,  15 km por dia, carregando uma carga de até 12kg. 

Há 12 anos entregando cartas, Fredson Freitas conta que caminha, em média, 15 km por dia, carregando uma carga de até 12kg. (Antônio Lima)
 
Não é por acaso que neste domingo é celebrado o dia carteiro: em 1663, nessa mesma data, foi instituído o primeiro correio-mor do Brasil. Desde então, esse profissional está nas ruas de todo o País entregando as correspondências e diminuindo as distâncias entre as pessoas.
A distância só não diminui para o próprio profissional, que anda em média 15 km por dia com uma carga de aproximadamente 8 kg, caso seja uma carteira, e 12 kg se for um carteiro.
 
Bem vindo
Segundo o carteiro Fredson Freitas da Silva, 37, que trabalha há 12 anos no mesmo distrito, no bairro Presidente Vargas (mais conhecido como Matinha), Zona Sul da capital, quando está com a farda, ele é bem-vindo em todos os locais da cidade e não tem a segurança ameaçada mesmo quando está em locais considerados mais perigosos pela polícia. “No trabalho vou em locais onde se sabe que existem usuários de drogas e pessoas envolvidas com tráfico, mas nada acontece comigo. As pessoas sabem que se fizerem mal aos carteiros, não receberão suas cartas”, afirma Fredson.
Ele também conta que, após trabalhar por todo esse tempo no mesmo distrito, já conhece os “clientes” pelo nome e viu muitas crianças do bairro tornarem-se praticamente adultos.“Sou amigo dos meus clientes e eles são meus amigos também. Sempre nos convidam (os carteiros) para um café, uma água... conversamos um pouco, mas tudo deve ser com um pouco de pressa”, afirma Fredson, justificando que ele tem hora para concluir as entregas.
 
Use a conta de água
Uma das dificuldades descritas por Fredson na hora de entregar as cartas é o endereço. “É que sempre a prefeitura muda o nome da rua, não sei por que isso acontece. Para mim, que já conheço bem o meu distrito, não é um problema, mas para um novato na área, sim”, explica o carteiro Fredson.
Ele também deixa uma dica valiosa para quem deseja receber sua correspondência sem erro. “Recomendo que as pessoas usem as contas de água na hora de fornecer o endereço para uma loja ou coisa assim. Como é fornecida pela prefeitura, os dados se mantém atualizados”.
Concorrência
De acordo com o experiente carteiro, o e-mail e outros novos recursos da comunicação não influenciaram no trabalho deles. “Não diminui nossa quantidade de trabalho porque as pessoas preferem receber a conta do que ter que imprimir, então continuamos trabalhando igual como quando eu comecei, com meus 25 anos”, garante Fredson.
 
Cachorros
As cicatrizes de Fredson não o deixam esquecer dos piores inimigos dos carteiros: os cachorros. “Já fui mordido umas três vezes, são ossos do ofício”, conclui.
 
 
Jornal acrítica - Manaus (AM), 25 de Janeiro de 2015
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sábado, 24 de janeiro de 2015

AMAZÔNIA E O CLIMA


AMAZÔNIA E O CLIMA.
O desabastecimento dos reservatórios de água no sudeste, nesses meses de verão acendeu a discussão sobre o clima, com alguns palpites totalmente fora do contexto científico. Para entender melhor o problema é preciso recorrer aos eventos da nossa história geológica e dizer que o clima se estabilizou por volta de 11 a 12 mil anos (Holoceno) permitindo, na Amazônia, a expansão das ilhas de alta biodiversidade (Teoria dos Refúgios) dando origem ao atual cenário florestal. Nesse período, entretanto, houve uma forte crise climática, (entre 5 e 6 mil anos atrás) decorrente do derretimento de geleiras, que elevou o nível do mar, represou o Amazonas e originou as várzeas atuais onde uma riquíssima biodiversidade é indissociável da manutenção do equilíbrio ecológico dos rios de água branca.

A INFLUÊNCIA HUMANA.
A Revolução Industrial iniciada no final dos anos de 1800 provocou grandes transformações nas características do planeta o que levou Paul Crutzen, Premio Nobel de Química de 1955, a sugerir o surgimento de uma nova era - Antropocena - (pós Holoceno) assentando sua teoria no fato das atividades humanas terem se tornado a principal força por trás das grandes mudanças na topografia e no clima do planeta.
Na Amazônia, as alterações humanas só vieram quase 100 anos depois da Revolução Industrial, quando a ditadura militar (1964) com a justificativa de manter a soberania sobre o território, optou por ocupar a região pela via da migração, usando inclusive um “slogan” que dizia “homens sem terra para terra sem homens”. Essa opção é o marco inicial da destruição da floresta e da biodiversidade que, juntas e sob o primado da energia solar, constituem o alicerce do clima regional.

O CLIMA NA AMAZÔNIA.
Um fator determinante do clima, portanto, é a radiação solar incidente que, em média, chega a 400 calorias por centímetro quadrado, por dia, das quais 73% são utilizadas na produção de vapor d’água através da evapotranspiração das florestas e da evaporação dos espelhos de água, 25-26% utilizadas para o aquecimento do ar e apenas 1–2 % para formação de matéria orgânica nova, através da fotossíntese.

O CICLO DA ÁGUA.
A precipitação pluviométrica média na bacia do rio Amazonas é de 2.400 milímetros por ano sendo que, na porção noroeste, na área conhecida como “cabeça de cachorro” - região fronteiriça entre Brasil, Colômbia, Venezuela - não ocorre estiagem e a chuva pode atingir até 3.500 mm/ano. Precipitações elevadas também ocorrem no litoral do Amapá em razão da influência das linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa no período da tarde e que são levadas para o continente pelos ventos marinhos.
Esses ventos marinhos introduzem na atmosfera da Amazônia, cerca de 10.000.000.000.000 metros cúbicos de vapor d’água por ano, dos quais mais ou menos 4.000.000.000.000 saem pelos “rios voadores” para abastecer a formação de nuvens e chuvas no Pantanal, no Centro Oeste e no Sudeste. Ficam, portanto, na região, cerca de 6.000.000.000.000 metros cúbicos que são reciclados pela floresta e transformados em 15.400.000.000.000.000 metros cúbicos de chuva. Esse balanço hídrico do clima da Amazônia, só fecha porque os dados e conclusões científicas (eu sei e não eu acho) mostram que a floresta, através do processo de evapotranspiração, reintroduz a água na atmosfera dando origem a novas nuvens formadoras de novas chuvas que se precipitam sobre a floresta, com a mesma água chovendo de duas a três vezes. É difícil definir com precisão o que a destruição das florestas e da biodiversidade provocará no clima amazônico, porém simulações em computadores indicam que haverá chuvas torrenciais, assoreamento dos rios, erosão do solo, e significativas alterações climáticas regionais com consequências de maior ou menor intensidade sobre o resto do Brasil.
Evidentemente a questão é muito mais complexa do que cabe em uma coluna de jornal, mas ele serve como indicador da impossibilidade de entender o clima do Brasil, sem refletir sobre o ciclo da água na bacia amazônica, pois a quantidade de energia solar, o volume de água e a área da bacia têm dimensões inseridas em uma enorme ordem de grandeza.


Por Ozório Fonseca: Esse texto foi publicado na edição deste final de semana do Jornal do Comércio.

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