terça-feira, 7 de outubro de 2014
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Igreja arma barracos em frente a Academia Itacoatiarense de Letras, dificultando o acesso de membros da entidade e do público ao patrimônio histórico cultural da cidade de Itacoatiara
![]() |
Prédio Histórico da Academia Itacoatiarense de Letras, com barracas postas pela organização da Festa de São Francisco |
Organização do arraial de São Francisco, de forma abusiva, impede o
direito de ir e vir, bem como, desvalorizam o patrimônio histórico de
Itacoatiara.
A três anos que a organização da Festa de São Francisco, repete a ação desrespeitosa com a Academia Itacoatiarense de Letras - AIL, armando tendas para venda de bebidas e comidas em frente ao prédio histórico, recém reformado pela AIL. A igreja não está acima do bem e do mal. Alias neste caso, está dando prova do seu desrespeito para com a história, com a memória e demonstrando sua péssima conduta frente aos direitos individuais e coletivos, se portando de forma autoritária, abusiva e demonstrando seu desprezo para com a cultura itacoatiarense!
A três anos que a organização da Festa de São Francisco, repete a ação desrespeitosa com a Academia Itacoatiarense de Letras - AIL, armando tendas para venda de bebidas e comidas em frente ao prédio histórico, recém reformado pela AIL. A igreja não está acima do bem e do mal. Alias neste caso, está dando prova do seu desrespeito para com a história, com a memória e demonstrando sua péssima conduta frente aos direitos individuais e coletivos, se portando de forma autoritária, abusiva e demonstrando seu desprezo para com a cultura itacoatiarense!
domingo, 14 de setembro de 2014
Porto de Lenha é a cara de Manaus!

PORTO DE LENHA
Letra: Aldísio Filgueiras
Música: Torrinho
Porto de lenha
Tu nunca serás Liverpool
Com uma cara sardenta
E olhos azuis
Um quarto de flauta
Do alto Rio Negro
Pra cada sambista
Para-quedista
Que sonha o sucesso
Sucesso sulista
Em cada navio, em cada cruzeiro
Das quadrilhas de
turista
'Porto de Lenha' é a cara de Manaus!
Esta foi a manchete do caderno Bem Viver do Jornal A Crítica, de 24 de outubro de 2012. O jornal fez uma enquete, durante uma semana, para escolher a música que melhor representasse a cidade de Manaus, a partir de uma lista de 10 músicas indicadas por artistas e personalidades ligadas à cultura na cidade de Manaus. Ao todo foram 1.200 votos e o resultado final foi o seguinte:
1. 41,2% - Porto de Lenha..Torrinho e Aldísio Filgueiras ... 495 votos
2. 14,7% - Deixa meu sax entrar ...... Teixeira de Manaus .................. 176 votos
3. 10,9% - Amazonas moreno ......... Osmar Gomes e Cedo Braga .... 130 votos
4. 8,75 - Marapatá ...................... Aníbal Beça e Armando de Paula.. 104 votos
5. 8% - Domingo de Manaus ......... Chico da Silva ......................... 97 votos
6. 5,1%- Argumento(Não mate a mata) ... Adelson Santos ............... 62 votos
7. 4,85 - Canção de Manaus .......... Áureo Nonato ......................... 57 votos
8. 3,3% - Subindo pelas paredes ...... Nunes Filho ............................. 40 votos
9. 1,7% - Rodar na Bica ................... Alaídenegão ............................ 20 votos
10. 1,6% - Churrasco de gato ............ Os Tucumanus ........................ 19 votos
Trechos do jornal:
"O poeta e compositor Aldísio Filgueiras ficou feliz com o resultado e até hoje acha difícil explicar a empatia que as pessoas nutrem por "Porto de lenha". "Talvez seja porque ela vai direto ao assunto, não apela muito para sentimentos. É muito bom saber que as pessoas têm muito respeito por esse trabalho", declarou."
"Porto de Lenha" se tornou um sucesso estrondoso já no fim dos anos 1970, quando fez parte da peça "Tem piranha no pirarucu", que Márcio Souza dirigiu no palco do Teatrinho do Sesc."
"Teve uma época em que me enchia o saco entrar num barzinho e ouvir "Porto de lenha". Hoje, a reação é outra. Para os padrões de Manaus, é interessante que uma música continue consumida depois de todo esse tempo", afirmou Aldísio Filgueiras."
Notas pessoais:
Essa declaração final do poeta Aldísio Filgueiras me fez lembrar da música do Zeca Baleiro "Toca Raul", que conta exatamente uma história assim: de tanto não suportar mais ouvir pedir "Toca Raul", não lutou mais contra, aceitou o sucesso que continua passando de geração em geração. Penso que essa música tem isso. É nossa consciência do que nunca seremos... Pois, como diz o poeta, ela vai direto ao ponto: "Porto de lenha tu nunca serás Liverpool, com uma cara sardenta e olhos azuis". É isso!
fonte:
sábado, 13 de setembro de 2014
PAULO ROBERTO COSTA APONTA OUTROS DE POLÍTICOS E DENUNCIA SUAS PARTICIPAÇÕES NO ESCÂNDALO DA PETROBRÁS
A
Revista Isto É desta semana bota mais lenha na fogueira do escândalo
da Petrobrás e revela que o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa
continua apontando o dedo para mais parlamentares que teriam se
beneficiado com dinheiro
de corrupção nas obras da companhia. A revista que circulou neste
sábado envolve os nomes do governador Cid Gomes, do Ceará, dos Senadores
Francisco Dornelles e Delcídio Amaral, e do deputado Eduardo Cunha. A
revista revela que a informação Paulo Roberta Costa apontou esses nomes
em depoimento à Polícia Federal e a procuradores federais do Paraná.

A PF, no entanto, apura a origem dos
recursos doados e se, além dos repasses oficiais, houve remessas
ilegais. Suspeita-se que as doações eleitorais sejam usadas para lavar e
internalizar o dinheiro
depositado no exterior. A Justiça da Suíça vai colaborar para apurar
todas as informações. Os indícios são de que é lá que circularam as
receitas provenientes de superfaturamento dos contratos da Petrobrás.

A revista revela que no fim de agosto
deste ano um cheque de R$ 3,3 milhões da Camargo Corrêa apareceu no
caixa controlado pelo Senador Renan Calheiros. Para que os recursos não
saíssem diretamente para a campanha do filho do presidente do Senado, o
dinheiro foi pulverizado em campanhas de deputados estaduais de
diferentes partidos que compõem a coligação formada em torno de Renan
Filho. Partidos como PDT, PT, PCdoB e PROS dividiram os recursos. O
senador reagiu indignado ao vazamento do acordo de delação e negou
proximidade com a diretoria da Petrobrás.
Em seu depoimento à PF, Paulo Roberto
Costa revelou que as empreiteiras contratadas pela Petrobras eram
obrigadas a fazer doações para um caixa paralelo de partidos e políticos
integrantes da base de sustentação de Dilma. Seguindo o rastro do
dinheiro, a investigação mostra que, até agora, as empresas contratadas
pela Petrobrás engordaram o caixa do PMDB em R$ 15,5 milhões. Enquanto
os peemedebistas adotam um método pulverizado de doação de campanha, o
PT é o que concentra a maior fatia do dinheiro das empresas citadas no
escândalo. Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, Engevix e UTC
destinaram R$ 28,5 milhões à direção nacional do PT. À candidata Dilma
Rousseff, R$ 20 milhões foram repassados pela OAS e outros R$ 5 milhões
pela UTC.
Recém-incluído na rumorosa relação do
delator, o senador petista Delcídio Amaral também obteve recursos para
sua campanha de empresas mencionadas como integrantes do esquema. A
campanha de Delcídio ao governo de Mato Grosso do Sul recebeu R$ 622 mil
da OAS, R$ 2,8 milhões da Andrade Gutierrez e R$ 2,3 milhões da UTC.
Outros três políticos que aparecem no
escândalo receberam, direta ou indiretamente, dinheiro das empreiteiras
acusadas de irregularidades nos contratos com a Petrobrás. O deputado
Cândido Vaccarezza recebeu com R$ 150 mil da UTC. O senador Francisco
Dornelles (PP) obteve R$ 400 mil da Andrade Gutierrez e R$ 800 mil da
Queiroz Galvão. Dornelles admitiu que conhece Paulo Roberto Costa, mas,
segundo o senador, não houve qualquer participação dele nessas doações.
Ainda não há maiores informações sobre as participações do Senador
Delcidio Amaral, do governador Cid Gomes e do Deputado Eduardo Cunha.
Segundo as denúncias da revista, eles tabém teriam sido beneficiados com
o dinheiro da corrupção de obras da Petrobrás.
fonte:
http://www.petronoticias.com.br/archives/57009
Aninga - planta aquática de auto poder de absorção de poluição aquática e de outros fins medicinais!

Etimologia
"Aninga" é oriundo do tupi a'ninga1 .Descrição

Esta planta tem a capacidade de absorver grandes quantidades de minerais presentes no solo, o que foi evidenciado pelos elevados níveis dos macronutrientes cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Além desses, as concentrações de manganês (Mn) obtidas também foram consideradas tóxicas, ultrapassando significativamente o limite máximo tolerável para búfalos e gado.
A planta contém substâncias biologicamente ativas que justificam o uso tradicional empregado empiricamente pelo caboclo amazônico, denotando que a espécie tem um importante potencial fitoterápico que merece ser investigado em estudos químicos, farmacológicos e toxicológicos.

A atividade antiplasmódica relativa à ação contra o parasita causador da malária também foi investigada. Nesse caso, alguns extratos da folha da aninga inibiram em mais de 80% o crescimento do parasita, apresentando alto potencial antimalárico.
Já na folha e no fruto foram realizados estudos de teores de umidade, lipídios, proteínas, resíduo mineral fixo (cinzas), nível de carboidratos e valor calórico, e os resultados mostraram que tanto a folha como o fruto têm baixo valor protéico. Nesse contexto, vale ressaltar que a fruta da aninga é uma infrutescência, já que, apesar da aparência externa coesa, ela é formada por um conjunto compacto de frutos, onde cada um encontra-se aderido ao outro, de forma que o conjunto se assemelha a um grande fruto. Essa infrutescência apresentou baixo valor nutricional tanto para os peixes quanto para os quelônios e também aos grandes herbívoros como o boi e o búfalo, principalmente pelo seu pobre teor de proteína.
Usos
É muito utilizada pelos ribeirinhos como cicatrizante, mas pouco se conhece ainda sobre as propriedades químicas, terapêuticas e as atividades biológicas desta planta.Além de seu uso como cicatrizante de cortes profundos, a seiva da aninga também é usada contra picadas de cobra e ferrada de arraia, entre outras aplicações etnomedicinais. Dentre essas aplicações, também é comum a utilização das folhas amarelas da aninga na forma de chá para o tratamento de doenças do fígado, além dos relatos de ribeirinhos de que as folhas e o fruto dessa planta fazem parte da dieta alimentar de peixes, tartarugas, peixes-boi, capivaras, bois e búfalos. Mesmo assim, os próprios ribeirinhos também a classificam como uma planta venenosa, já que a sua seiva é urticante e causa queimaduras na pele e, em contato com os olhos, pode causar a cegueira.
Sinonímia
O Jauari, a Prainha, a Colônia e a Poranga estão em cima da riqueza e não sabem! (Frank Chaves)
Referências
- FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.124
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Aninga-a%C3%A7u
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
A Economia da Borracha no Pará
No
fim da década de 1840-1850, a população do Pará estava ainda sofrendo
os efeitos da Cabanagem e da repressão anticabana. O período que segue é
caracterizado pelo ciclo da borracha: a antiga “droga do sertão” se
tornou a matéria-prima da nova industria automobilística.
A Amazônia era, então, a única região produtora de borracha no mundo. O
período de exploração da borracha na região amazônica pode ser dividida
em cinco fases:
1) No começo da produção da borracha a atividade estava entregue a aventureiros desorganizados e escravizadores de índios, a produtividade não chegava a 90 quilos por homem ao ano, ou seja, 1/3 da produção do século XX. Durante a fase de elevação inicial moderada, de 1830 a 1850, a produção ocorria em um mundo selvagem e atrasado em que a maior parte da mão-de-obra era de índios e tapuios.
2) A fase de melhoria do tirocínio (aprendizado ou exercício), permitiu um desenvolvimento acelerado da produtividade, de 1850 a 1870; algumas técnicas novas foram empregadas; havia certas divisões de tarefas operacionais; o emprego da navegação a vapor, que permitiu a descoberta de seringais virgens; este momento permitia uma produção de uns 200 quilos por seringueiro ao ano.
3) A “fase de adestramento nordestino”, de 1870 a 1890, com modesta elevação; ocorreu um grande contingente de imigrações originários do Nordeste, no entanto, tornava-se necessário uma nova aprendizagem pois os nordestinos não tinham experiências com a floresta amazônica.
4) A fase acreana, de 1890 a 1910; o aproveitamento em larga escala dos seringais do Acre impulsionou a produção, permitindo uma produção que subiu de 210 para 230 quilos média por homem.
5) No período mais recente, por ocasião da Segunda Guerra Mundial e nas décadas seguintes, a melhoria das condições de saúde, e a assistência governamental via Banco da Borracha, mais tarde a SUDHEVA, etc., permitiu que a produtividade se desenvolvesse mais que no passado.
1) No começo da produção da borracha a atividade estava entregue a aventureiros desorganizados e escravizadores de índios, a produtividade não chegava a 90 quilos por homem ao ano, ou seja, 1/3 da produção do século XX. Durante a fase de elevação inicial moderada, de 1830 a 1850, a produção ocorria em um mundo selvagem e atrasado em que a maior parte da mão-de-obra era de índios e tapuios.
2) A fase de melhoria do tirocínio (aprendizado ou exercício), permitiu um desenvolvimento acelerado da produtividade, de 1850 a 1870; algumas técnicas novas foram empregadas; havia certas divisões de tarefas operacionais; o emprego da navegação a vapor, que permitiu a descoberta de seringais virgens; este momento permitia uma produção de uns 200 quilos por seringueiro ao ano.
3) A “fase de adestramento nordestino”, de 1870 a 1890, com modesta elevação; ocorreu um grande contingente de imigrações originários do Nordeste, no entanto, tornava-se necessário uma nova aprendizagem pois os nordestinos não tinham experiências com a floresta amazônica.
4) A fase acreana, de 1890 a 1910; o aproveitamento em larga escala dos seringais do Acre impulsionou a produção, permitindo uma produção que subiu de 210 para 230 quilos média por homem.
5) No período mais recente, por ocasião da Segunda Guerra Mundial e nas décadas seguintes, a melhoria das condições de saúde, e a assistência governamental via Banco da Borracha, mais tarde a SUDHEVA, etc., permitiu que a produtividade se desenvolvesse mais que no passado.
A borracha
A Borracha é uma substância natural ou sintética que se caracteriza por sua elasticidade, repelência à água e resistência elétrica. A borracha natural é obtida de um líquido leitoso de cor branca chamado látex, encontrado em numerosas plantas. A borracha sintética é preparada a partir de hidrocarbonetos insaturados. Uma das árvores produtoras de borracha é a seringueira Hevea brasiliensis, da família das Euforbiáceas, originária do Amazonas. Outra planta produtora é a árvore-de-goma, Castilloa elastica, originária do México.

A seringueira ou Hevea brasiliensis

A borracha bruta é branca ou incolor. Através de um corte inicial e da remoção seletiva da casca, uma seringueira produz em média 1,8 kg de borracha bruta anualmente.
Em estado natural, a borracha bruta é um hidrocarboneto branco ou incolor. À temperatura do ar líquido, cerca de 195 ºC, a borracha pura é um sólido duro e transparente. De 0 a 10 ºC, é frágil e opaca e, acima de 20 ºC, torna-se mole, flexível e translúcida. Ao ser amassada mecanicamente ou aquecida em temperatura acima dos 50 ºC, a borracha adquire uma textura de plástico pegajosa. A borracha pura é insolúvel em água, álcali ou ácidos fracos e solúvel em benzeno, petróleo, hidrocarbonetos clorados e dissulfureto de carbono. Na fabricação atual de artigos de borracha natural, esta é tratada em máquinas com outras substâncias. A mistura é processada mecanicamente sobre uma base ou moldada, sendo logo colocada em moldes para posterior vulcanização.
A descoberta dos europeus da borracha (séc. XVIII)
Quando os portugueses descobriram a borracha, chamaram-na assim porque o produto permitia apagar a tinta no papel em que se havia escrito. Os portugueses do Pará aprenderam com os omáguas (tribo do Médio Amazonas) a fazer com essa substância umas bolas de seringa. Logo, a palavra seringa serviu para designar a própria árvore, como se pode perceber no relato do viajante português Alexandre Rodrigues Ferreira, em 1783:
A seringueira, nome comum de cerca de 10 espécies de um gênero de árvores produtoras de látex, nativas da Amazônia. É a célebre “árvore da borracha”. A espécie mais explorada, por dar o látex de melhor qualidade, distribui-se de forma espontânea por toda a região compreendida entre a bacia do rio Ucaiali e o Xingu, ao sul, e o estuário do rio Amazonas ao norte. Mede entre 20 e 30 m de altura, podendo chegar a 50 metros.
Do uso artesanal até a grande industria
Sérios problemas técnicos existiam, dificultando uma boa utilização da borracha: ela se tornava pegajosa com o calor da região e ficava dura nos países com estação fria. A solução foi a invenção da vulcanização, um processo que torna elástica, resistente, insolúvel, a borracha natural. Tal descoberta foi feita por Goodyear, nos Estados Unidos, em 1839. A vulcanização é um processo pelo qual a borracha, cozida com enxofre, perde suas propriedades não desejáveis (pegajosidade).

Logomarca da Companhia de Pneus Goodyear, fundada em 1898 por Frank Seiberling. O nome da fabrica foi em homenagem de Charles Goodyear. Goodyear inventou a vulcanização em 1839.


Em 1898, fabrica da Goodyear em Akron, Ohio, EUA. Foto da Biblioteca do Congresso Americano, EUA.

Pneu Goodyear, hoje.
Comparada com a borracha vulcanizada, a não tratada apresenta muito poucas aplicações. É usada em cimentos, fitas isolantes, fitas adesivas e como isolante para mantas e sapatos. A borracha vulcanizada é empregada nas correias transportadoras, para fabricar mangueiras, pneus e rolos para
uma ampla variedade de máquinas, para fabricar roupa impermeável, em
materiais isolantes e em muitas outras aplicações. É possível chamar
borracha sintética a toda substância elaborada artificialmente que se
pareça com a borracha natural. Obtém-se por reações químicas, conhecidas
como condensação ou polimerização, a partir de determinados
hidrocarbonetos insaturados. Produzem-se vários tipos de borracha
sintética: neoprene, buna, borracha fria e outras borrachas especiais.
Com a vulcanização, a demanda do novo produto se intensificou. Por exemplo, a Grã-Bretanha importou 200 quilos de borracha em 1830, 10.000, em 1857 e 58.000, em 1874. Mas o salto decisivo foi com a invenção da roda pneumática. O inventor foi Dunlop, que aplicou à bicicleta de seu filho, em 1888. A invenção e a produção do automóvel com o emprego de rodas pneumáticas tornaram, definitivamente, a industria contemporânea dependente da borracha. O pessoal empregado na industria da borracha nos Estados Unidos passou de 2.600, em 1850, para 50.000, em 1910.
Com a vulcanização, a demanda do novo produto se intensificou. Por exemplo, a Grã-Bretanha importou 200 quilos de borracha em 1830, 10.000, em 1857 e 58.000, em 1874. Mas o salto decisivo foi com a invenção da roda pneumática. O inventor foi Dunlop, que aplicou à bicicleta de seu filho, em 1888. A invenção e a produção do automóvel com o emprego de rodas pneumáticas tornaram, definitivamente, a industria contemporânea dependente da borracha. O pessoal empregado na industria da borracha nos Estados Unidos passou de 2.600, em 1850, para 50.000, em 1910.
Da “droga do sertão” à borracha industrial: o Pará é transformado.
Precedida de um conhecimento científico que se desenvolvia desde 1736, a descoberta da vulcanização da borracha nos Estados Unidos e Inglaterra, cerca de um século após, criara novas oportunidades para a combalida economia da Amazônia. A procura externa do produto foi um fator para suscitar uma atmosfera propicia para os negócios regionais, justificando a importação de tecnologia então moderna. A oferta regional, de início limitada a artigos rudimentares de borracha, expandiu-se até 1875, fazendo forte apelo a uma organização produtiva escravista, da qual o índio foi primeiro e principal sustentáculo. No entanto, a nova atividade necessitava de muitos braços o que gerou grande mobilidade intra-setorial e espacial da população ativa. De 1825 a 1850, a produção comercial de borracha restringia-se principalmente a Belém e às ilhas, mas logo se expandira até o Xingu e o Tapajós, no Pará. Entre 1850 e 1870, as imigrações transpõe a fronteira do Amazonas e se dirigem aos seringais dos rios Madeira e Purus. É nesse período que a população da Província do Amazonas começa a ter expressão maior. Ao aproximar-se o fim da década de setenta, o problema da escassez de mão-de-obra assumiu feição mais grave. A borracha destronara o cacau.
Desta forma, em meados do século XIX, a economia tradicional, baseada nas “drogas do sertão” privilegiou uma delas, a borracha. Com efeito, à época, a Amazônia era o único fornecedor mundial da borracha; em conseqüência, ela se beneficiou do aumento da demanda estrangeira. A partir de 1857, a borracha tornou-se o produto mais exportado (mais de 30% do total). Seis anos depois, já ultrapassava com mais de 43% das exportações. O aumento da produção foi cada vez mais rápido e se estendeu do Pará ao resto da Amazônia, a partir de 1890. A partir dos anos 80, o Pará, primeiro, a Amazônia toda, em seguida, entram no período de auge da produção da borracha, crescendo até a década de 1900-1910. A produção passa de 8.500 ton., em 1880, para mais de 40.000 ton., em 1910.
Havia um aspecto original e único, também: uma grande industria, a industria automobilística, começou a se desenvolver a partir de um produto (látex) extraído da mata amazônica, graças ao trabalho manual do seringueiro, seguindo a experiência dos índios.
O seringueiro era (e é) um homem que trabalha na mata, vivendo da extração do látex da seringa (ou seringueira) trabalhando diariamente na “estrada”,
usando como principais instrumentos o facão do mato ou machadinha, o
terçado, a tigelinha e um balde (para até 6 ou 10 litros de látex).

Seringueiro da Amazônia extrai o látex da Hevea brasiliensis, a mais explorada das 10 espécies de seringueira.
Após sangrar a árvore, o seringueiro coloca a tigelinha, que deve receber o látex, escorrendo das incisões feitas. Uma árvore suporta em média 4 tigelinhas. Volta mais tarde para recolhê-las. Então entrega-se a defumação do látex. Despeja o leite numa bacia, acende o fogo, empregando a madeira resinosa de que dispõe, o que provoca a fumaça necessária e apropriada à coagulação do látex na forma comercial. O seringueiro derrama um pouco do látex na extremidade de um pau chato, com a forma de espátula. O pau é virado com as mãos, devagar, na fumaça e o látex se coagula pela ação do ácido carbônico contido na fumaça. Depois de feitas grandes bolas de borracha, o pau é suspenso a um gancho, ou girado em barras paralelas, em quanto elas são colocadas de modo a permitir a ação de rolar para diante e para trás, na fumaça. As bolas feitas por esse modo variam de 5 e 10 kg (cada bola).

Ferramentas do seringueiro - a) facão ou machadinha, b) terçado, c) tigelinha, d) balde.


Seringueiro incisando.

A coagulação do látex.

O Sistema de Aviamento
O seringueiro não era um trabalhador assalariado. Embora não tendo um patrão, como um assalariado, o seringueiro era dependente do dono do barracão (o aviador). Vendia sua produção para ele; comprava dele o que precisava para viver no meio da mata.

Seringueiro no barracao com as bolas de borracha.
Inicialmente foi utilizado para o trabalho da exploração da borracha a mão-de-obra indígena, os brancos tentaram engajar índios de algumas tribos na produção. Contudo, foram os trabalhadores nordestinos
que sustentaram a força de trabalho da borracha. Nascidos no meio dos
sertões secos, a chegada no mundo amazônico foi um grande desafio. Os
trabalhadores nordestinos desconheciam as técnicas de trabalho, os
segredos da mata, ele é um estranho ao meio físico e ao meio
sócio-econômico da região. Nos primeiros momentos do uso da mão-de-obra
de nordestinos cometeu-se diversos erros e grandes imprudências na
exploração da borracha. Desta forma, os trabalhadores nordestinos
tiveram que ser adestrados para a nova função. No final do século XIX,
os nordestinos constituíam quase que a totalidade dos seringueiros na
região amazônica.
A extração do látex para a borracha se fazia no seringal, parte da mata com muitas seringueiras. Antes de poder extrair o látex, o mateiro devia descobrir e delimitar um seringal dentro da mata. Depois abriam-se as “estradas” de seringa. A produção da borracha dependia de uma rede de comercialização.
A extração do látex para a borracha se fazia no seringal, parte da mata com muitas seringueiras. Antes de poder extrair o látex, o mateiro devia descobrir e delimitar um seringal dentro da mata. Depois abriam-se as “estradas” de seringa. A produção da borracha dependia de uma rede de comercialização.
O seringueiro dependia do aviador do barracão,
aquele que “aviava”. Mas, o aviador, dependia também do seringueiro, da
sua entrega esperada da borracha. Desta forma, os dois eram ligados
mutuamente. No entanto, nas relações entre aviador e seringueiro não
havia igualdade: o segundo dependia, até para a manutenção de sua vida,
do primeiro, vivendo isolado no seringal. O aviador aproveitava-se dessa
situação, impondo os preços dos produtos, consumidos pelos
seringueiros, que vinham de Belém. Em Belém, meia dúzia de grandes firmas estrangeiras,
com matrizes na Inglaterra, Alemanha e nos Estados Unidos, reuniam toda
a produção regional, monopolizando a comercialização da borracha. Assim
era o sistema de “aviamento”: o
seringueiro era “aviado” pelo barracão; o barracão era “aviado” por
casas exportadoras; as casas exportadoras eram financiadas por bancos
estrangeiros.

Barracao de um aviador a beira do rio no Pará.
A decadência do ciclo da borracha
Uma mudança ocorreu na produção da borracha e que veio a modificar a produção paraense. Na Ásia passou-se a plantar a hévea e a se produzir a borracha. Ao invés de ser extrair o látex de árvores que crescem espontaneamente, como se faz dentro da mata, na Ásia planta-se a hévea em locais determinados. Era a heveicultura, o plantio da hévea. Essa nova produção foi lançada pelos ingleses em suas colônias da Ásia, onde o clima é semelhante ao clima tropical úmido da Amazônia. Em 1876, o botânico inglês Wickman transportou, às escondidas, sementes de hévea da Amazônia para Londres. Pouco depois, 7. 000 mudas de hévea foram transportadas para o Ceilão no sul da Índia. Na década de 1890, já se tinha certeza de que a hévea havia se adaptado ao meio natural da Ásia. Em 1900, as plantações se estendiam às colônias inglesas (Ceilão, Malásia e Birmânia) e holandesas (Indonésia). Os resultados foram espetaculares: 3 ton. de borracha, em 1900 e 16.000, em 1910. Foi um sucesso agronômico e econômico, depois de 25 anos dedicados à pesquisa experimental.
Além disto, ocorreu a aparição de fungos nas árvores plantadas na Amazônia, assim como nas plantações das Guianas – era o “mal das folhas”. No Brasil os pesquisadores não se interessaram muito pelo combate do fungo, somente o botânico Jacques Huber, diretor do Museu Emilio Goeldi, pesquisou sobre a questão. Desta forma, após o botânico falecer, a problema do fungo, inexistente na Ásia, permaneceu na região amazônica.
Uma mudança ocorreu na produção da borracha e que veio a modificar a produção paraense. Na Ásia passou-se a plantar a hévea e a se produzir a borracha. Ao invés de ser extrair o látex de árvores que crescem espontaneamente, como se faz dentro da mata, na Ásia planta-se a hévea em locais determinados. Era a heveicultura, o plantio da hévea. Essa nova produção foi lançada pelos ingleses em suas colônias da Ásia, onde o clima é semelhante ao clima tropical úmido da Amazônia. Em 1876, o botânico inglês Wickman transportou, às escondidas, sementes de hévea da Amazônia para Londres. Pouco depois, 7. 000 mudas de hévea foram transportadas para o Ceilão no sul da Índia. Na década de 1890, já se tinha certeza de que a hévea havia se adaptado ao meio natural da Ásia. Em 1900, as plantações se estendiam às colônias inglesas (Ceilão, Malásia e Birmânia) e holandesas (Indonésia). Os resultados foram espetaculares: 3 ton. de borracha, em 1900 e 16.000, em 1910. Foi um sucesso agronômico e econômico, depois de 25 anos dedicados à pesquisa experimental.
Além disto, ocorreu a aparição de fungos nas árvores plantadas na Amazônia, assim como nas plantações das Guianas – era o “mal das folhas”. No Brasil os pesquisadores não se interessaram muito pelo combate do fungo, somente o botânico Jacques Huber, diretor do Museu Emilio Goeldi, pesquisou sobre a questão. Desta forma, após o botânico falecer, a problema do fungo, inexistente na Ásia, permaneceu na região amazônica.

O efeito do "mal das folhas".
Também o preço mundial da borracha caiu brutalmente,
a partir do mês de maio de 1910, pela entrada da produção asiática,
suprindo a demanda. Este fato acabou sendo o começo da decadência da
produção da borracha. Como conseqüência, as importações da região
diminuíram em até 50%: não havia mais dinheiro para importar. E a queda
dos impostos (sobre as exportações) impediram que o governo terminasse
obras públicas que beneficiariam a economia. A crise afetou todos os
setores da economia da borracha: no “centro” do seringal, onde o
seringueiro desenvolvia suas atividades; na “beira”, onde o seringalista
fazia seus negócios; no rio, onde o barqueiro transportava borracha e
alimentos e, na cidade, pequena ou grande, onde o aviador e o exportador
faziam as suas transações.
Borracha: novas tentativas
Na região amazônica, houve duas novas tentativas para se produzir, de novo, o látex em quantidade, pelo cultivo e pela coleta silvestre. Entre 1934 e 1945 houve uma tentativa da Companhia Ford. A economia dos Estados Unidos era muito dinâmica nos anos 20: o número de carros em circulação aumentou significativamente entre 1920 e 1930. O país era o maior produtor mundial de carros. A borracha cultivada respondia a demanda para fabricar pneumáticos. Mas 90% desta produção dependiam das colônias européias da Ásia. A Companhia Ford, que utilizava um quarto da borracha produzida no mundo, teve a idéia de produzir, ela mesma, a borracha necessária para suas usinas. Henry Ford escolheu o Brasil, que dava vantagens aos que queriam fazer plantações de hévea. Importou da Ásia mudas da planta e, em 1934, plantou-as em Fordlândia, ao sul de Santarém. A doença das folhas manifestou-se logo. Em 1935, foi aberta uma nova plantação (em Belterra), a sudeste de Santarém, como campo de experimentação. Contudo, depois de 10 anos a demanda não foi suficiente, assim, a plantação encerrou suas atividades em 1945.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os países da Ásia com plantações da hévea foram ocupados pelo exército do Japão que, nessa conflagração, era inimigo dos Estados Unidos. O EUA ficaram com dificuldades em obter borracha para a produção de pneus e outros produtos. Desta forma, o governo deste país, firmou um acordo com o governo brasileiro para a produção da borracha. Houve ajuda financeira com a criação do Banco de Crédito da Borracha. Na época 32.000 nordestinos foram trazidos para trabalhar na Amazônia. No entanto, os resultados não foram os esperados. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a nova concorrência da borracha sintética, a exportação da borracha amazônica voltou a entrar em decadência.
Agricultura X Extrativismo
O desenvolvimento da agricultura na Amazônia foi comumente associado ao início de um processo civilizador da região. Neste sentido, a formação do território amazônico a partir da fixação da população em áreas nas quais praticassem a atividade agrícola foi vista por muitos pensadores, políticos e pessoas influentes da região amazônica como uma promessa de transformação econômica e social a qual transformaria a Amazônia de um deserto em um “celeiro do mundo”. Contudo, neste contexto, muitos membros ilustres pertencentes às principais capitais da região amazônica são unânimes em responsabilizar a valorização da borracha pelo extermínio das atividades agrícolas na Amazônia. Nesta discussão surge a problemática do conflito existente entre agricultura x extração. Esta problemática encontra seu momento máximo exatamente no período que corresponde ao surgimento da borracha como um dos principais produtos na pauta da exportação das províncias do extremo-norte (entre as décadas de 1850 e início da década de 1860).
A discussão sobre a problemática agricultura x extração esclarece muito sobre as próprias ações políticas e econômicas das elites da região amazônica em relação ao desenvolvimento regional. De fato, a busca pelo estabelecimento de uma política de colonização agrícola na região amazônica estava intimamente ligada a revitalização da agricultura regional na medida em que a valorização da borracha vai sendo vista como a responsável por um progressivo escasseamento de gêneros agrícolas, em especial os alimentícios, os quais passaram a ser obtidos principalmente através da importação de outras regiões, a preços mais elevados.
Desta forma, percebemos como as
discussões críticas sobre a economia gomífera era orientada no sentido
de se pensar a atividade extrativa da borracha como promotora e
intensificadora dos problemas sócio-econômicos da região. É neste
contexto que surge o ideal do estabelecimento de uma política de colonização agrícola,
especialmente implantada a partir da imigração européia, com a
finalidade de amenizar na Província, segundo muitos paraenses
acreditavam, seus problemas crônicos, principalmente a escassez de
produtos alimentícios e de mão-de-obra, assim como seria também um
elemento fundamental para dar origem a uma forma mais duradoura de
desenvolvimento regional. Contudo, os projetos de colonização agrícola
não seriam bem-sucedidos senão contasse como apoio do governo central;
isto surgia como um grande obstáculo para o desenvolvimento agrícola da
região pois a Corte demonstrava muito mais interesse em financiar
assentamentos de imigrantes no Extremo-Sul do Brasil.
É exatamente sob esse contexto que surge a idéia da formação da Amazônia como “celeiro do mundo”. Percebemos como desde o governo de Lauro Sodré há toda uma preocupação pelo fato de a Amazônia ter se tornando cada vez mais dependente do negócio da extração da borracha para sua sobrevivência econômica e o seu desenvolvimento social. Neste sentido, basicamente se pensava em se estabelecer uma colonização agrícola, baseada na pequena propriedade e na imigração de estrangeiros (os quais teriam supostamente uma maior qualificação profissional). De fato, a inspiração para tal projeto já vinha da Lei n.º 601, de 18-09-1850 (conhecida como a “lei de terras”).
É exatamente sob esse contexto que surge a idéia da formação da Amazônia como “celeiro do mundo”. Percebemos como desde o governo de Lauro Sodré há toda uma preocupação pelo fato de a Amazônia ter se tornando cada vez mais dependente do negócio da extração da borracha para sua sobrevivência econômica e o seu desenvolvimento social. Neste sentido, basicamente se pensava em se estabelecer uma colonização agrícola, baseada na pequena propriedade e na imigração de estrangeiros (os quais teriam supostamente uma maior qualificação profissional). De fato, a inspiração para tal projeto já vinha da Lei n.º 601, de 18-09-1850 (conhecida como a “lei de terras”).
Contudo,
foi durante o governo de Paes de Carvalho (1897-1901) em que houve um
maior apoio às políticas de colonização e povoamento na região
amazônica, especialmente o Pará no qual houveram patrocínios destinados a
transformar algumas regiões em um verdadeiro “celeiro do mundo”. Neste
sentido, a região litorânea e a Bragantina,
quase que desabitadas antes dos projetos de colonização, tornaram-se um
dos maiores centros populacionais da Amazônia. Além disto, em 1897,
Vigia e Bragança, eram os dois municípios mais populosos do Pará.
Referência Bibliográfica
DEAN, Warren. A luta pela borracha no Brasil. São Paulo: Nobel, 1989.
PROST, Gérard. História do Pará: do período da borracha aos dias atuais. Volume II. Belém: Secretaria de Estado de Educação, 1998.
REIS, Artur C. Ferreira. O seringal e o seringueiro. Rio de Janeiro: Serviço de Informação Agric. 1953.
SANTOS, Roberto. História Econômica da Amazônia (1800-1920). São Paulo: T. A. Queiroz, 1980.
WEINSTEIN, Bárbara. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). São Paulo: HUCITEC, 1993.
Referência Bibliográfica
DEAN, Warren. A luta pela borracha no Brasil. São Paulo: Nobel, 1989.
PROST, Gérard. História do Pará: do período da borracha aos dias atuais. Volume II. Belém: Secretaria de Estado de Educação, 1998.
REIS, Artur C. Ferreira. O seringal e o seringueiro. Rio de Janeiro: Serviço de Informação Agric. 1953.
SANTOS, Roberto. História Econômica da Amazônia (1800-1920). São Paulo: T. A. Queiroz, 1980.
WEINSTEIN, Bárbara. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). São Paulo: HUCITEC, 1993.
Por:
Prof. Leonardo Castro - 16 de fevereiro de 2009
domingo, 7 de setembro de 2014
Povos indígenas são excluídos das políticas públicas
A
maioria dos planos de governos dos candidatos majoritários no Amazonas
não faz alusão a projetos e muito menos a programas voltados para o
direito à terra e causas sociais dos povos indígenas no Estado
07 de Setembro de 2014
NÁFERSON CRUZ

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas),
atualmente 183.514 índios vivem no Amazonas, o que representa 5,27% da
população do Estado
(Arquivo A Crítica )
Ausentes
nas propostas apresentadas na propaganda eleitoral na TV e no rádio, os
povos indígenas estão praticamente invisíveis também nos planos de
governo dos postulantes a governar o Estado a partir de 2015. Dos sete
candidatos, apenas dois, e de forma tímida, falam em políticas públicas
voltadas para os indígenas.
Segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), atualmente
183.514 índios vivem no Amazonas, o que representa 5,27% da população do
Estado.
Dos
sete candidatos ao Governo do Amazonas, apenas Eduardo Braga (PMDB) e
José Melo (Pros) esboçam planos para os povos indígenas. Candidato pela
coligação “Renovação e Experiência”, Braga trata dos povos indígenas ao
falar das propostas dele para a “educação e geração de emprego”.
Entre
as diretrizes de governo do peemedebista estão: a implantação de
Programa de Merenda Escolar Regional Diferenciada para escolas
indígenas, criação do Centro de Educação Superior Indígena, no Alto
Solimões, e a geração de emprego e renda, com projetos econômicos
agroflorestais, de artesanato, de pesca e piscicultura.
O
governador José Melo, candidato à reeleição pela coligação “Fazendo
Mais por Nossa Gente”, pretende estruturar o “Programa de Agricultura
Indígena” e desenvolver propostas pedagógicas direcionada à educação
indígena, valorizando práticas sócioculturais.
Ainda
assim, os Planos de Governo estão longe de ser suficiente. Para o
coordenador da Central Intercultural de Etnodesenvolvimento do Amazonas
(Rapu), Aldenor Tikuna, é de causar indignação, com todo o histórico que
tem Manaus, por ficar num Estado onde há a maior concentração da
população indígena no Brasil (15,45%), que ainda não se tenha
implementado programas que atendam as necessidades básicas desta
população, como direito à terra e causas sociais, que seguem esquecidas
pelas autoridades locais.
As
lideranças chegaram a formular uma proposta de políticas públicas –
englobando uma série de tópicos, como cultura, educação, saúde, entre
outros – e apresentaram na Assembleia Legislativa (Aleam). Mas, segundo
Aldenor, as propostas não contaram com o apoio do Poder Público local.
“O movimento está enfraquecido, não fomos chamados pelos governos para
tratar de propostas e o que existe são “falsos” programas de governo”,
disse Aldenor, que também é mestre em Sociedade e Cultura.
Mudanças sociais
Segundo
um dos representantes da Terra Indígena Vale do Javari, no Alto
Solimões, e candidato a deputado estadual Eliésio Marubo (PV), o
movimento indígena nos moldes atuais já não cumpre com sua prerrogativa
de representação política entre os povos indígenas no Brasil, “em face
das mudanças políticas e sociais ocorridas nas últimas décadas na
sociedade não-indígena e da política partidária, fonte de consolidação
da política indígena nos centros urbanos”.
Para
Eliésio, o modelo atual, além de frágil e desalinhado com as demandas
das comunidades e povos locais, abre espaço para a auto promoção de
“representantes ou lideranças” estranhas aos interesses teleológicos da
verdadeira causa indígena.
Governo investiu R$ 10 milhões
Nos
dois últimos anos, mais de R$ 10 milhões foram aplicados pelo Governo
Estadual em ações direcionadas aos mais de 150 mil indígenas do
Amazonas, segundo balanço divulgado pela Secretaria para os Povos
Indígenas (Seind).
Os
recursos são partilhados com o Governo Federal. Desde 2011, as ações
são desenvolvidas através de um comitê gestor que envolve todas as
secretarias de Estado, o que amplia o volume e a capacidade de
investimentos para o setor.
De
acordo com o secretário da Seind, Bonifácio Baniwa, entre os principais
avanços está o fomento às atividades sustentáveis, com exploração de
produtos naturais com forte aceitação no mercado como a castanha e o
peixe.
Para
a gestão territorial das terras indígenas, a Seind está negociando um
projeto com o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por
meio do Fundo Amazônia, para trabalhar a gestão da terra em 15
municípios do Sul do Estado. A CRÍTICA tentou entrar em contato com a
Funai e a Coiab para tratar do assunto, mas não obteve resposta.
Conquista
Uma
das últimas conquistas da população indígena na política foi a criação,
em 2006, da CNPI – Comissão Nacional de Política Indigenista, que
instituiu um foro de discussão, com os próprios índios, a respeito da
elaboração de políticas públicas federais para a classe indígena. Da
época para cá, nenhum projeto avançou.
Blog: Ademir Ramos, antropólogo e professor da Ufam
“A
saúde é um dos maiores problemas dos povos indígenas. Criou-se a Sesai
e, posteriormente, uma Ong que não age e agora estão tentando criar um
Instituto para tentar amenizar o problema que se tornou um caos nas
aldeias e, detalhe, sem ouvir os representantes indígenas. Ninguém
monitora as terras e cria projetos. Os indígenas vêm perdendo cada vez
mais espaço, está na hora de os governantes chamarem para si a
responsabilidade e aplicar políticas públicas para os indígenas.
Chegamos ao ponto de os Ticunas, no Alto Solimões, cultivarem “folha de
coca” para chamarem atenção das autoridades, e na oportunidade
reivindicarem melhorias para a comunidade. Estes povos só querem ter o
direito que assiste a todos”.
Jornal acritica: 07 de Setembro de 2014
NÁFERSON CRUZ
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