MANAUS – Uma
casa flutuante sobre as águas do
rio Negro com
cinco suítes, cozinha americana e uma área aberta livre. Trata-se
da releitura moderna das casas de ribeirinhos amazônidas, um projeto da
empresa
Quantte, e do arquiteto amazonense
Renato Rayol. Para quem tem o sonho de ‘viver navegando’ sobre as águas da Amazônia, o arquiteto apresenta uma opção.

Projeto de casa flutuante ainda não saiu do papel. Foto: Reprodução/Steel Frame
A ideia surgiu de um dos clientes do arquiteto, que buscava novas
possibilidades de habitação. O projeto ainda está no papel, mas os
detalhes já foram todos planejados. São 23 metros de comprimento e oito
de largura sobre uma estrutura que fica no máximo um metro submersa, o
que facilita a locomoção em espaços onde as águas são mais rasas.
Na superfície, além das cinco suítes, o planejado também conta com
uma sala fechada, uma cozinha americana, uma área aberta, a casa de
máquinas e ainda uma área para o vigia ou caseiro. A ‘balsa’ conta
também com uma estação de tratamento própria, típica de iates. “Outra
coisa que estamos estudando é o uso de painéis solares. Como a
iluminação é com led, o consumo é baixo. Mas, no caso do uso de
ar-condicionado, o painel solar não gera energia suficiente”, explicou o
arquiteto ao
Portal Amazônia.
Segundo Rayol é preciso lembrar que a casa não é uma embarcação, ou
seja, para que seja deslocada de um local para outro, necessita de um
barco que a transporte.
Inovação
A ideia é que toda a estrutura seja erguida com a técnica de
light steel frame,
um tipo de construção à seco, que utiliza o aço galvanizado. Ou seja,
são edificações criadas com elementos em aço leve e fino, com
resistência e durabilidade. “Essa tecnologia é usada nos Estados Unidos
há mais de 100 anos”, esclareceu Rayol. Trazida para
Manaus
desde 2010, a técnica possibilita a construção de uma casa em 120 dias.
“Lembra um lego gigante”, disse o arquiteto, referindo-se ao fato que
as peças de aço são encaixadas umas nas outras.

Técnica de light steel frame é usada nos Estados Unidos há pelo menos 100 anos. Foto: Reprodução/Facebook-Renato Rayol
De acordo com Rayol, os projetos criados com base no
light steel frame
são divididos em duas fases. “Os primeiros 30 dias são para os ajustes
do projeto. Os outros 90 são para a construção”, especificou. A
construção, assegurou o empresário, é também uma alternativa inovadora,
simples e sustentável. “Um dos apelos dessa construção é que não gera
entulhos, é limpa. Além disso a mão de obra é qualificada e o material
pode ser reciclado. Uma placa de aço usada pode ter vindo da sucata de
um carro, por exemplo”, justificou.
A equipe que trabalha nos projetos é pequena. Apenas seis pessoas
fazem parte da Quantte: uma promotora de vendas, quatro construtores e o
próprio Rayol. Conforme o empresário, após observações em canteiros de
obras, quanto mais pessoas, mais trabalhosa a construção. “Se a mão de
obra é qualificada, o número reduzido não é um problema”.
Quanto aos valores deste tipo de residência, Rayol explica que
depende do que é solicitado. Sem contar com o acabamento, o metro
quadrado custa pelo menos R$ 1,2 mil. “Entregamos estrutura, cobertura,
revestimento, sistemas de tubulações de água e esgoto e sistema elétrico
dentro dos quatro meses. O acabamento depende do que o cliente quer”,
explicou.
O empresário garantiu que a casa flutuante, se construída com esta
técnica, pode se tornar realidade em breve. “Assim que eu puder, até eu
vou construir uma pra mim”, revelou empolgado.
Clarissa Bacellar - clarissa.bacellar@portalamazonia.com